Lucro do Magazine Luiza cresce 1.014%; foco nas redes sociais foi uma das metas
O lucro do Magazine Luiza cresceu 1.014% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 59 milhões. O resultado surpreendeu analistas de mercado e as ações da companhia operaram em alta na Bovespa nesta sexta-feira (5). Os papéis tiveram alta de até 20% ao longo do dia e fecharam o preço sendo cotados a R$ 259.
A explicação para o desempenho positivo está na nova missão da companhia, adotada há pouco mais de um ano quando Frederico Trajano assumiu a presidência: transformar a tradicional empresa de varejo em uma gigante do comércio digital. E essa transformação está cada vez mais próxima de ser concluída com sucesso.
O faturamento dos canais digitais da companhia no primeiro trimestre de 2017 cresceu 56,2% ante mesmo período de 2016. As vendas on-line já representam 28,4% do total das receitas do Magazine Luiza, um recorde desde quando a estratégia digital foi adotada.
Confira o que o Magazine Luiza já fez para aumentar o seu desempenho financeiro e o que ainda está por vir:
Organizou a casa
No fim de 2014, o Magazine Luiza contratou as consultorias Galeazzi e McKsiney para, respectivamente, ajudar a reestruturar as suas operações e identificar oportunidades de crescimento para o negócio.
Diversas estratégias foram adotadas, como redução de despesas operacionais e administrativas, adequações em níveis gerenciais, redesenho das lojas físicas e fechamento de unidades ineficientes. Com as medidas, a empresa conseguiu diminuir seu endividamento para focar somente no crescimento.
Focou no digital
Frederico Trajano assumiu a presidência do Magazine Luiza em 2016, no lugar da sua mãe, Luiza Trajano, com uma missão clara: transformar a tradicional empresa de varejo em uma companhia digital. A decisão veio para se adequar ao cenário cada vez mais dominado pelo digital e com o varejo físico perdendo espaço ano após ano.
“Nosso objetivo é transformar o Magazine Luiza, passando de uma empresa de varejo tradicional com uma área digital, para uma plataforma digital, com pontos físicos e calor humano”, afirmou Frederico Trajano em teleconferência com investidores no fim de 2015, pouco antes de assumir a presidência.
Só o primeiro trimestre de 2017, por exemplo, 52% dos investimentos realizados pela empresa foram em tecnologia. O valor é 61% maior do que o mesmo montante aplicado no mesmo período do ano passado.
Integrou os canais de venda
Para se tornar uma empresa digital, o Magazine Luiza integrou os seus canais de venda físicos e digitais. Ou seja, passou a administrar as lojas físicas e o e-commerce como uma única operação, para que o consumidor não veja diferença ao comprar no mundo on-line ou no off-line. A empresa foi a primeira varejista a concluir com sucesso a integração no país.
Hoje, as lojas e os canais digitais de venda do Magazine Luiza funcionam como uma única operação. Os nove centros de distribuição da companhia atendem tanto a operação on-line quanto off-line. E o estoque ficou centralizado. Essas estratégias deram maior eficiência à companhia, que conseguiu também reduzir também seus custos fixos.
Virou marketplace
Se até o início de 2016 o site do Magazine Luiza vendia somente produtos da companhia, hoje ele é um marketplace com um portfólio mais vasto de marcas e produtos. A empresa abriu o seu site para que terceiros pudessem vender itens em seu comércio eletrônico e, desde então, seu canal digital de vendas não para de crescer.
São mais de 100 marcas parceiras vendendo através do site da Magazine Luiza, como Avon, Havan, Onofre, MadeiraMadeira, Drogaria Pacheco, Mondelez, Whirlpool, Empório da Cerveja, Multilaser e Polishop. Os parceiros agregam ao site da companhia categorias antes inexistentes, como produtos para pets, jóias, livros, bebidas e alimentos.
A estratégia de marketplace aumentou de 30 mil para 220 mil produtos diferentes no site.
Adquiriu startup
O Magazine Luiza também adquiriu a Integra Commerce, uma startup de tecnologia especializada na integração e gestão do relacionamento entre lojistas e marketplaces. A startup é referência no setor no fornecimento de software as a service (SaaS) e vai ajudar a varejista a fortalecer a sua relação com seus mais de 100 parceiros comerciais que vendem em seu site.
Com a aquisição, o Magazine Luiza passou a oferecer aos varejistas parceiros funcionalidades como gestão de vendas, de preço, de estoques e fretes. As novas ferramentas devem ajudar os parceiros a aumentar as vendas, o que gerará ganho tanto para o Magazine Luiza quanto para o parceiro.
Vai digitalizar as lojas físicas
As lojas físicas da Magazine Luiza vão ter uma cara digital em um futuro breve. Dos 800 pontos de venda, 100 já operam no modelo “loja física virtual”, que tem metragem menor e onde os clientes vão apenas para comprar os produtos on-line, já que não há estoque nem exposição física de produtos. A ideia é expandir ainda mais o formato pelo país.
Enquanto isso não acontece, a empresa oferece acesso gratuito à internet em todas as lojas e parte dos vendedores já utiliza tablets para realizar vendas (mobile vendas). A ideia é implementar todo o novo aparato tecnológico nas lojas da rede até o fim do ano.
Vai ter entrega “the flash”
Os clientes do Magazine Luiza já contam com a opção de retirar nas lojas os itens que compram no e-commerce. A medida ajudou a acelerar o tempo de entrega da empresa – hoje, 12% inferior à média do mercado -, mas eles acreditam que é possível fazer ainda mais rápido.
A empresa quer lançar no mercado em 2018 a entrega “ultra rápida”. O objetivo é entregar em até três horas produtos adquiridos tanto em lojas físicas quanto digitais. Para isso, o Magazine Luiza vai usar algumas lojas como ponto de distribuição e um sistema para visualizar o que existe em estoque e que pode ser entregue em tempo recorde.
Escreva sua opinião
O seu endereço de e-mail não será publicado.