Shislaine da Silva, que tem a mesma idade de Micaela, era uma amiga de infância e falou à reportagem sobre a jovem barbeira que perdeu a vida para a violência.

“Nós crescemos juntas, ou seja, convivemos há muito tempo e não me lembro de ter visto ela triste alguma vez. Era uma pessoa maravilhosa”, falou a amiga.

Um primo de Micaela, que não quis se identificar, disse que recebeu a notícia através das imagens compartilhadas nas redes sociais. “Eu e outros familiares vimos vídeos no WhatsApp e reconhecemos ela. É muito duro”, declarou ao segurar as lágrimas, sem conseguir terminar a conversa.

Tio de Micaela, Arian Ferreira, de 50 anos, foi quem noticiou à mãe da jovem o que ocorrera com a filha. “Um primo viu a troca de tiros no shopping, foi ver e reconheceu Micaela no chão. Contei para a mãe e até agora ela está assim, nesse estado”, falou ao apontar para a mulher que não se consola. O pai e namorada da vítima estão da mesma forma, abalados.

Outro parente da jovem, de 32 anos, aproveitou o espaço na reportagem para, diante do luto visível, fazer um apelo: “A violência está demais. Temos que dar um basta”.

Na saída do Centro de Velórios, uma jovem chorava sozinha. A reportagem se aproximou. Após ajudar a consolá-la, Bia Santos, de 25 anos, contou a história dela com Micaela.

“Eu trabalhava numa boate e ela era cliente. Virou minha amiga. Eu não estava acreditando na morte até agora. Por que fui olhar? Não consigo aceitar. Era a pessoa mais maravilhosa que conheci. A gente havia brigado. Mas há duas semanas ela me procurou, pediu perdão e me convidou pra conhecer a nova barbearia. Não deu tempo”, falou sobre o novo empreendimento da amiga, aberto esta semana na busca por segurança, pois o antigo endereço havia sido assaltado.