Professora denuncia ter sofrido ataque racista em palestra virtual da Unicamp
Foto: Reprodução /Redes Sociais
A professora doutoranda em filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Katiúscia Ribeiro participou, como conferencista, de uma palestra sobre “A filosofia africana e o racismo estrutural”, parte do evento de abertura do ano letivo do Centro Acadêmico de Filosofia (Cafil) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A pesquisadora e a universidade afirmaram que, durante a palestra, realizada remotamente em sala virtual, houve invasão da transmissão por pessoas que fizeram ataques racistas e sexistas a ela.
Na última sexta-feira (23), Ribeiro publicou um texto em suas redes sociais narrando o ocorrido. “Alguns falaram que ali não era meu lugar, que o lugar de mulher é na cozinha e que merecemos ser estupradas e o pênis enfiado na garganta para nos silenciar, sendo apresentados vídeos contendo imagens de estupros e mais xingamentos”, disse.
“No entanto, respirei fundo abrimos outra sala e segui com a conferência. Continuei com o núcleo de consciência negra e juntos reagimos.”
Após o relato de Ribeiro, a reitoria da Unicamp emitiu nota de repúdio contra os ataques. “É lamentável e inadmissível que a Universidade Estadual de Campinas seja palco de manifestações de ignorância, intolerância e preconceitos de qualquer natureza. A universidade tomará providências para aumentar o grau de segurança da rede interna, de maneira a coibir todo tipo de ataque indevido nas atividades remotas realizadas no seu âmbito”, diz o comunicado.
‘Violência sem precedentes’
Em entrevista à CNN, a professora classificou o episódio como uma “violência sem precedentes”, além de criticar a postura da Unicamp por apenas emitir uma nota de repúdio.
“É muito pouco frente à violência sofrida naquele momento, uma vez que, na nota, a própria universidade sinaliza que não é o primeiro momento que aquela violência está acontencendo”, afirmou a filósofa. “A Unicamp precisa instaurar uma investigação para identificar esses criminosos.” POR CNN BRASIL
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