Exército decide não punir Pazuello por participação em ato com Bolsonaro
Foto: Reprodução/Arquivo
O Exército Brasileiro informou nesta quinta-feira (3) que decidiu não punir o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela participação em um evento político com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, no último dia 23.
Segundo a corporação, “não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar” por parte de Pazuello. Com a decisão do comandante Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o processo disciplinar foi arquivado.
O Regulamento Disciplinar do Exército e o Estatuto das Forças Armadas proíbem a participação de militares da ativa em manifestações políticas. No ato que gerou o procedimento disciplinar, Pazuello chegou a subir no trio elétrico com Bolsonaro e fazer um breve discurso.
A punição para Pazuello poderia ir de advertência a prisão. Nos bastidores, Bolsonaro defendeu que o ex-ministro não fosse punido. Além de militar da reserva, o presidente é o comandante em chefe das Forças Armadas – por isso, superior hierárquico ao comandante do Exército.
A presença do general, que chegou a fazer um rápido discurso ao lado de Bolsonaro, foi criticada inclusive por militares. O vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva, defendeu a regra que veda participação de militares da ativa em atos políticos para “evitar que a anarquia se instaure dentro” das Forças Armadas.
“Eu já sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro”, afirmou Mourão a jornalistas no dia seguinte ao ato político.
O ex-ministro da Saúde voltou a ser bem avaliado no governo após seu depoimento à CPI da Covid, quando foi acusado por senadores de mentir. Após a participação no ato, sem máscara, Pazuello deve ser chamado a depor novamente à comissão parlamentar no Senado(veja mais aqui).
Confira a íntegra da nota divulgada pelo Exército:
Acerca da participação do General de Divisão EDUARDO PAZUELLO em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general.
Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General PAZUELLO.
Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado.
Brasília-DF, 3 de junho de 2021
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO
Por G1
7 Comentários
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Rivellino jacinto de Medeiros
jun 6, 2021, 6:56 pmÉ Brasil vergonha
pedro
jun 6, 2021, 7:35 pmO Exército tá muito diferente do tempo em que eu servir, hoje o militar comete uma transgressão grave e não sofre nada, certamente porque e general, desse jeito abre precedência pra os demais com certeza, é lamentável. Aguarde o que vai acontecer de agora pra frente.
Duda
jun 6, 2021, 9:50 pmPara o cara que se diz pai da pobreza teve justiça? A justiça do Brasil é uma vergonha… O STF principalmente.
o analista
jun 6, 2021, 8:20 pmvergonhoso a banalizacão e a entrega do EB ao obsceno
pedro
jun 6, 2021, 10:39 pmO Presidentte da República é o chefe suplemo das Forças Armadas, mas não significa dizer que as Forças Armadas vá fazer o que ele quizer, comando errado não se executa. todo mundo sabe a não punição e sabe que deu ordem, sendo meu ninguem mexe.
Rodrigo
jun 6, 2021, 7:14 amA situação no Brasil só piora a cada instante. Até o Regulamento Disciplinar e o Estatuto das Forças Armadas do Exército não são mais respeitado, e detalhe, por um GENERAL. Para piorar, a alta cúpula do exército decide não punir quem o desrespeitou. Se a patente fosse menor, um soldado ou sargento, por exemplo, no lugar de Pazuello a decisão do comandante também teria sido de não punir? Pau que dá em Chico também teria que dá em Francisco, mas infelizmente até nas instituições mais sérias e rígidas de nosso país a regra não vale mais para todos.
E mais uma vez o presidente apoia atos errôneos em seu governo. Estranho seria se ele apoiasse a fazer o correto.
Como diz o mais novo bordão O BRASIL TÁ LASCADO.
Paulo Frade
jun 6, 2021, 12:47 pmO Regime Militar já passou…, então não existe transgressão no ato “questionado”.
Seria transgressão, se fosse algum tipo de roubo ou de corrupção.