EUA recomendam máscara em ambientes fechados mesmo para quem tomou duas doses de vacina contra o coronavírus
Foto: Divulgação/Intermountain Health/Reuters
O Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), órgão dos Estados Unidos responsável pelo combate às pandemias, voltou atrás e recomendou nesta terça-feira (27) que pessoas que receberam vacina contra o coronavírus voltem a usar máscaras quando estiverem em ambientes fechados, de acordo com a circunstância.
A preocupação é com a variante delta, que é mais contagiosa, e tem infectado aqueles que já receberam duas doses de vacina, de acordo com relatórios de saúde.
Quase metade (48,8%) da população americana já recebeu duas doses de vacina, de acordo com a plataforma Our World In Data. São cerca de 163 milhões de pessoas. Uma recomendação especial foi feita para que, mesmo entre os vacinados, seja mantido o uso de máscaras em escolas por professores, funcionários, alunos e visitantes de escolas.
Em maio, o CDC tinham afirmado que as pessoas plenamente vacinadas não precisavam usar máscaras, nem mesmo em ambientes fechados. Havia uma exceção: no transporte público, todos deveriam manter as máscaras de proteção.
Governos regionais dão ordem para uso de máscara
Nas últimas semanas, alguns governos regionais dos EUA recomendaram que as pessoas voltassem a usar máscaras em ambientes fechados. Foi o caso do Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles, na Califórnia. Esse é o mais populoso do país, com 10 milhões de moradores, e inclui a cidade de Los Angeles. Lá, as pessoas receberam a orientação para voltar a usar máscaras quando estiverem em locais públicos fechados.
Apesar de afirmar que pessoas completamente imunizadas “parecem estar bem protegidas contra infecção com a variante delta”, as autoridades de saúde locais disseram que, como medida de precaução, recomendam “fortemente que as pessoas usem máscaras em locais fechados como supermercados, lojas, teatros, centros de entretenimento e locais de trabalho quando não souberem o status de vacinação de todos os presentes”.
A recomendação não é uma regra obrigatória, e sim uma orientação à população, mas serviu para lembrar os americanos de que, apesar do sucesso recente do país no combate à Covid-19, a pandemia ainda não acabou.
Aviso de Fauci
Segundo o jornal “The New York Times”, até a semana passada, um porta-voz dos CDC disse que o órgão não pretendia alterar a orientação. Houve um encontro na noite do último domingo para reavaliar a diretriz, de acordo com a rede CNN.
No domingo, o principal especialista em doenças infecciosas dos EUA, o assessor médico da Casa Branca, Anthony Fauci, afirmou que o país está indo na “direção errada” na pandemia do novo coronavírus e em uma “situação desnecessária” de aumento de casos de Covid-19.
Fauci atribuiu o recente crescimento de casos de Covid-19 à parcela da população não vacinada e à variante do vírus.
O especialista disse estar “muito frustrado” e afirmou que a recomendação para que pessoas vacinadas usem máscara está “sob constante consideração” pelas autoridades oficiais de saúde pública do governo.
Alta nas internações
Os EUA ocupam o primeiro lugar no triste ranking de mortes provocadas pelo coronavírus no mundo. São mais de 600 mil óbitos. Os números despencaram após uma campanha bem-sucedida de vacinação em massa.
A variante delta, considerada mais contagiosa, tem causado um aumento tanto das infecções como das hospitalizações em todos os estados dos EUA.
Entre os novos casos, 83% foram infectados pela variante delta do coronavírus. A grande maioria (97%) daqueles que precisam ser hospitalizados com infecções pelo coronavírus nos EUA é de pessoas que não foram vacinadas.
Variante delta nos EUA
A variante delta se tornou prevalente rapidamente nos EUA. No começo de julho, cerca de metade dos infectados tinha sido atingida por essa cepa. Agora, são 83%.
A média de casos confirmados passou de 11,8 mil por dia, no começo do mês, para 34,7 mil atualmente, uma alta de 194% em 12 dias. O patamar ainda está muito abaixo do pico de 250 mil, alcançado no começo de janeiro. Já a média de mortes continua abaixo de 300 por dia há quase um mês, muito inferior do recorde de 3,4 mil, que também foi registrado no começo deste ano.
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