Styvenson defende retirar Rio Grande do Norte do Consórcio Nordeste
O senador Styvenson Valentim (Podemos) foi o primeiro candidato ao governo do Estado a ser sabatinado na Jovem Pan News Natal. Ele disse que vai exigir exame toxicológico dos servidores, que pretende reduzir repasses aos poderes, se caracterizou como “limpo, puro e honesto”, avaliou que dentro da política não existe “um puro”, reafirmou que “Lula é ladrão e Bolsonaro é louco” e voltou a dizer que não pedirá voto para ninguém, nem para ele e comparou o congresso com um chiqueiro.
O candidato também defendeu a redução do número de secretarias, afirmou que, eleito, tiraria o Rio Grande do Consórcio Nordeste e atribuiu nota zero à gestão da governadora Fátima Bezerra. “Se eu for eleito governador, a primeira coisa é sair [do Consórcio]”, afirmou o senador, ao lembrar a compra dos respiradores, durante a pandemia, que não foram entregues.
A exigência para que os auxiliares passem por exame toxicológico, segundo o candidato, será para identificar se são usuários de drogas. Segundo o candidato, não seria constrangimento repetir o que já fez com os servidores do seu gabinete quando exigiu o exame.
“Tenho um projeto que estende aos policiais. Não vejo constrangimento nenhum para um comissionado fazer um exame desses. É até uma forma de identificar, tratar essa pessoa. Vejo exame toxicológico como prevenção. Mas vou exigir também caráter, probidade, produtividade, metas a serem atingidas de todos os funcionários públicos”, disse ele.
Os jornalistas William Travassos e Virgínia Coelli também questionaram sobre a afirmação que ele deu em outra ocasião sobre policiais que usam drogas nos batalhões e qual a preocupação sobre outras questões que afetam esses trabalhadores no enfrentamento das facções criminosas, entre essas comprometimento da saúde mental.
“Primeiro tem que localizar para poder tratar. Dependência química tem que ter tratamento. Não posso ficar representando um policial que pede ajuda a mim para sair das drogas. O problema da segurança não é simples de ser resolvido só com policiais, armas. Sou a favor que a polícia tenha estrutura e que policial não precise fazer bico em porta de farmácia para fazer bico”, disse ele.
Para tanto, ele disse que pretende investir na educação para afastar as crianças da criminalidade. “O primeiro plano para combater as facções é tirando a mão de obra que eles usam que são as crianças. Como combater o crime se deixa de lado as crianças que não estão na escola?”, questionou.
Mesmo sendo candidato de um só partido, sem coligações, sem querer se comprometer, ele disse que será fácil montar sua equipe. “Vai ser fácil, já tem professores da Uern, da UFRN, pessoas de São Paulo. Está fácil de montar com pessoas técnicas, não políticos”, garante o senador.
Como já havia criticado os valores repassados aos outros poderes, o candidato, uma vez eleito, vai se empenhar para reduzir os recursos que o estado repassa ao Tribunal de Justiça e à Assembleia Legislativa, por exemplo.
“É possível ser eficiente com pouco dinheiro. Se obedecesse o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e pegasse a media de 5% de repasse já seriam R$ 100 milhões ao ano. Com R$ 300 milhões se constrói um novo hospital do trauma com 300 leitos. O esforço para tirar o estado dessa situação se estende a todos os poderes. No Executivo será feito. Reduzir mais de 20 secretarias para 14 tornaria o governo mais eficiente e desburocrático”, disse ele.
‘Estado está viciado em facilidades’, diz o candidato
O senador Styvenson Valentim (PODE) afirmou que o Estado “ficou viciado em facilidades e em trocas de cargos por governabilidades e que isso corrói o serviço público”. Ele disse que os 167 municípios potiguares receberam recursos de emendas parlamentares dele, mas João Câmara, por exemplo, “devolveu R$ 300 mil”, assim como Encanto, no Alto Oeste, devolveu R$ 250 mil, porque “não queria ser submetido a uma fiscalização”, razão pela qual também move uma queixa-crime contra o prefeito Allyson Bezerra (SD), de Mossoró, segundo maior município do Estado.
As emendas para o custeio de cirurgias eletivas, por exemplo, o senador pede comprovação nominal das pessoas que foram beneficiadas, mesmo sendo um papel dos órgãos de controle externo: “Deveria ser, depois que acontece, quando a cirurgia não é feita, o dinheiro some, desaparece, como no caso do Maranhão, das RP9 e de Alagoas, depois que tudo ocorre, quanto de dinheiro é recuperado pelos órgãos de controle externo, conta aí quanto é recuperado, é um método preventivo, as pessoas têm o direito de saber”.
Para o senador, essa relação “não deve ser omitida, não é constrangimento, porque tiro a questão do tipo de cirurgia, as pessoas precisam saber que o dinheiro foi pago e que o prefeito precisa fazer isso, mesmo sendo cirurgias eletivas”.
O senador opinou que essa metodologia “é muito mais eficiente do que furar filas, como tem deputado aqui, vereador em Parnamirim, que se utilizou dessa relação omitida para fazer a prática de furar filas”.
“Quando as pessoas têm conhecimento de que o dinheiro está indo e que estamos divulgando, têm acesso a essa relação omitida, muitas vezes criminosamente, a exposição é deixar as pessoas ligando para político”, acrescentou.
Segundo o senador, certa ocasião presenciou nessas ligações, uma vereadora na relação que a prefeitura mandou, “será que ela precisava da cirurgia, não, mas estava lá o nome dela, encaminhei para o Ministério Público”.
Depois que o fato acontece, segundo o senador, o Ministério Público é provocado. “A gente está concorrendo ao Prêmio Inovare, o MP e a prefeitura de Mossoró pelas emendas transparentes, convenci e cheguei a um acordo com o MP para fazer uma medida preventiva, acompanhar as emendas em tempo real para que isso aconteça, foi destinado para o município R$ 3,339 milhões para custear a cirurgias de pessoas que até hoje não sabem a fila, a ordem, a posição que elas estão, porque o prefeito não enviou”.
Valentim disse que ao manifestar que o prefeito não estava prestando contas, ele não havia prestado contas ao MP, “Prestou meses depois, esse foi o motivo da impetração da ação”.
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