MPF apura indícios de uso de informações privilegiadas em venda de ações da Americanas

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) instaurou nesta sexta-feira (13) um procedimento para apurar indícios de “insider trading” envolvendo a venda de ações da Americanas.

Trata-se de uma notícia de fato aberta pela procuradoria da República em São Paulo — fase investigatória que antecede a instauração de inquérito policial. O insider trading é um crime que decorre do uso de informações privilegiadas para obtenção de lucros ou vantagens no mercado de ações.

Diretores da Americanas teriam vendido mais de R$ 210 milhões em ações da empresa no segundo semestre de 2022, conforme documentos divulgados pela companhia no portal de relacionamento com investidores. A movimentação se deu pouco depois do anúncio de que a companhia teria um novo presidente, Sérgio Rial, a partir de 2023.

O executivo renunciou nesta semana, com apenas dez dias de cargo, após apontar “inconsistências contábeis” ao redor de R$ 20 bilhões na varejista.

Um dos focos do MPF é saber se sócios majoritários da Americanas tinham algum conhecimento sobre a situação financeira da empresa no momento da venda.

O MPF também solicitará informações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade que faz a regulação do mercado de capitais.

Investidores denunciam Americanas às autoridades

Em ações separadas, acionistas e associações de representação dos minoritários começam a se mobilizar para pedir que investigações conduzidas contra a companhia. A Associação Brasileira de Investidores (Abradin) solicitou que a CVM apure responsabilidades relativas às inconsistências contábeis divulgadas pela Americanas essa semana, incluindo a da empresa responsável pela auditoria da varejista. Segundo a Abradin, chama atenção a “absoluta imperícia” da PwC. Acionistas também começaram a mover ações individuais.

Valor Econômico

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