Coronel ex-GSI defende golpe, xinga comandante da Marinha e desafia ministro Flávio Dino: “Venha me punir”

José Placídio Matias dos Santos, coronel que ocupou cargo de confiança no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) por três anos durante a gestão do general Augusto Heleno, pediu diretamente que o general Júlio César de Arruda, comandante do Exército, se coloque à frente de um golpe de Estado.

“General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter às ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. FORÇA!!”, escreveu em suas redes sociais para 19 mil seguidores. A postagem foi feita em 8, data do ato antidemocrático nas sedes dos Três Poderes.

Em outro post, o coronel se referiu aos golpistas como “patriotas” e afirmou que aquela seria uma oportunidade para que as Forças Armadas se rebelassem e “entrassem no jogo, desta vez do lado certo”. “Onde estão os briosos coronéis com tropa na mão?”

Placídio foi nomeado em fevereiro de 2019 como assessor chefe militar da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria Executiva do GSI e deixou o gabinete em março de 2022.

Ainda na data dos ataques, Placídio fez uma ameaça ao ministro da Justiça, Flávio Dino: “Sua purpurina vai acabar”. Dois dias antes, em 6, fez uma publicação desafiando o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, a puni-lo. “Marinha do Brasil!! Sai um heroi patriota, entra uma prostituta do ladrão, com o devido respeito a elas. Venha me punir, Almirante, e me distinga em definitivo da sua estirpe”, declarou.

Diversos militares da ativa já foram identificados entre os participantes dos atos golpistas. Somente nesta semana, um sargento do Exército e suboficial da Marinha, ambos da reserva do Rio Grande do Sul, foram levados para a Papuda.

Outro integrante das Forças Armadas que incentivou os atos foi o coronel Fernando Montenegro. Segundo o Estadão, na data das invasões, ele enviou mensagens aos golpistas dizendo: “Façam o que deve ser feito”. No Twitter, o coronel tem 41 mil seguidores, e afirmava que a intervenção militar era “uma iniciativa de militares da ativa que não se inicia pelo comandante”. Sua conta foi bloqueada por decisão judicial, em 29 de dezembro, mas continuou ativo.

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.