Preços de comidas típicas de festa junina estão em alta

O mês de junho tem um sabor especial na alimentação do nordestino. Como protagonistas, surgem a canjica, pamonha, arroz doce e a maçã do amor, no entanto, os insumos envolvidos na produção desses pratos tradicionais registraram um peso maior no bolso do consumidor. De acordo com um levantamento publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), os preços dos ingredientes para o preparo dos principais quitutes juninos aumentaram, em média, 5,74% na comparação do mesmo período de 2023 a 2024. O percentual é maior do que a inflação que, segundo medição do IPC-S, foi de 3,28%.

Para o levantamento, foram considerados 27 itens. No topo de tabelas de aumento, está a batata-inglesa, com 60,66%, seguido do arroz (23,42%), maçã (21,72%), batata doce (11,59%). Já outros alimentos importantes para a festa junina tiveram recuo, como a farinha de trigo (-15,47%), leite condensado (-13,98%), fubá de milho (-2,86) e ovos (-6,52%).

Em Natal, os consumidores afirmam que os dados da pesquisa refletem o que encontram nos supermercados. Cléber Góis, de 43 anos, faz compras frequentemente para abastecer a residência e com a chegada do mês de junho, aumentou o consumo de comidas juninas. Ao realizar compras em um supermercado em Nova Descoberta, mesmo em um dia de ofertas de frutas e verduras, ele constata que ainda sim precisa desembolsar mais dinheiro do que em 2023 durante o São João.

“Temos que escolher melhor e gastar de uma forma mais eficiente. Carne e queijo aumentaram o preço. Maça, banana e melão também sentimos mais caro”, relata. Para tentar driblar os altos preços, Cléber conta que a esposa ajuda na busca pelos melhores preços em supermercados da região através das redes sociais e assim consegue ir fazendo pequenas economias durante as compras.

Essa percepção também é constatada por quem costuma adquirir esses insumos e vender os quitutes. Maria Alba, de 71 anos, conhecida pelos clientes fiéis por Irmã Alba, monta uma mesa de comidas típicas na Rua Djalma Maranhão, em Nova Descoberta, há pelo menos 10 anos. Para 2024, ela precisou repassar o aumento para os consumidores. Os milhos que eram vendidos por R$ 2,50 no ano passado, chegaram a R$ 3,00, uma diferença de R$ 0,50. Além do milho cozido e assado, ela também comercializa arroz doce e pamonha.

“O gasto aumentou. Tem o milho, tem o carvão e também tem o meu trabalho. As espigas que eu compro são as melhores, então precisei fazer um aumento em cada produto”, explica. Compondo também o preparo do arroz doce, o açúcar cristal registrou um aumento de 7,82%, segundo a pesquisa da FGV IBRE.

Entre outros alimentos que registraram um acréscimo de 2023 para 2024 durante o período junino está a cerveja, consumida em muitas festividades, com 5,19%. Em Natal, na Feira do Milho, de acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), a “mão do milho”, que equivale a 50 unidades do produto, está custando R$ 40,00.

Tribuna do Norte

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