Festa do Boi deve gerar R$ 80 milhões em negócios
A 62ª edição da Festa do Boi irá ocorrer entre os dias 11 e 19 de outubro deste ano com estimativa de superar os R$ 80 milhões em movimentação, um incremento de, pelo menos, 12% em relação a 2023, quando circularam cerca de R$ 71 milhões. As tratativas para a realização do evento seguem a todo vapor, e as expectativas em torno do sucesso da festa se refletem nas estimativas da Associação Norte-Rio-grandense de Criadores (Anorc). Matheus França, presidente da Anorc, disse que uma das novidades é a presença de criadores nacionais na exposição.
Com as boas perspectivas, os leilões também devem superar o volume de negociações do ano passado, que ficaram em aproximadamente R$ 6,7 milhões. A estimativa é de que o montante ultrapasse os R$ 7,5 milhões na próxima edição. “Até o momento, já estão confirmados sete leilões, mesmo número do ano passado. E a gente tem a expectativa de aumentar”, afirma Matheus França. Ele celebra a boa procura para aquisição de espaços na festa, que começou em maio e pode ser feita até 30 de setembro, na própria sede da Anorc, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, mesmo local da festa.
O otimismo em relação à expectativa de crescimento dos números se dá, de acordo com o presidente da Anorc, em razão também do interesse dos agentes financeiros que atuam no evento. “Em 2023, o Banco do Nordeste gerou negociações da ordem de R$ 28 milhões. Neste ano, a meta é de R$ 30 milhões. Estamos muito animados. Quando começamos a traçar a edição e a conversar com as instituições, todas elas compraram rapidamente nossas ideias e isso já é um reflexo muito bom”, afirma França.
Dentre as novidades neste ano, o presidente da Anorc explicou ainda que o evento irá ter uma programação especial para o público infantil, levando em conta o Dia das Crianças, cuja data comemorativa estará dentro do período da festa. Os detalhes ainda não podem ser divulgados, mas Matheus França assegura que este público será contemplado de maneira especial. Ele também afirma que a exposição contará com grandes apresentações musicais. “Não temos confirmações até agora, mas estamos trabalhando para conseguir duas atrações já bastante reconhecidas. Iremos alinhar tudo no final de julho e início de agosto”, diz.
Matheus França analisa que a agropecuária no Brasil vive um momento complicado, com queda no preço dos grãos e na arroba do boi e que, por isso, a realização da festa é importante para fomentar negócios e impulsionar a cadeia. “Cada setor tem as próprias crises, mas tudo aquilo que acontece no cenário nacional reflete aqui. Nossa expectativa é de virar a chave em 2025. Já vimos uma valorização da arroba e esperamos um preço ideal para os próximos dois anos”, descreve.
“A Festa do Boi pode ajudar nessa virada de chave. Não somos somente uma exposição agropecuária. Estão envolvidos vários setores – agrícola, pecuário – além da questão social que está muito presente, com várias ações voltadas à população. Teremos, na programação, um evento com a raça Sindi, que contará, inclusive, com um leilão no dia 17. Será um evento, exatamente com criadores de fora, do Sudeste e do Centro-Oeste”, disse França.
Mesmo com um cenário complicado no País, conforme avalia França, o RN tem motivos para comemorar no âmbito do setor agropecuário. A qualidade genética do rebanho potiguar é um deles. ”Nossa genética tem se destacado cada vez mais e é reconhecida internacionalmente. Uma prova disso foi a participação na última Expo Zebu [em MG], a maior exposição de zebus do mundo, de grupos aqui do RN, (como o Saia Rodada), que se saíram muito bem”, comentou, ao destacar as oportunidades de demonstrar ao público mais uma vez essas qualidades.
“A procura por exposições e participação está muito boa. A gente conseguiu, junto com a Secretaria de Agricultura e Pesca ([Sape], lançar nosso edital em maio, com facilidades para quem quer reservar um espaço. Com isso a gente conseguiu melhorar a logística também”, pontua.
Tribuna do Norte
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