Vereador é preso em operação contra morte de cabo eleitoral; da cadeia, traficante participou de comício por videoconferência

O Ministério Público do Rio e a Polícia Civil prenderam, na manhã desta quarta-feira (18), o vereador Bruno Fernando Santos de Azevedo, conhecido como Bruno Pezão. O parlamentar era um dos alvos de mandado de busca e apreensão da Operação Pleito Mortal, que investiga a morte de um cabo eleitoral em Campos, no Norte Fluminense, mas acabou sendo preso em flagrante na ação.

Os agentes encontraram cerca de R$ 663 mil em espécie e R$ 470 mil em cheques e notas promissórias. A suspeita é de que o valor seja proveniente de extorsões praticadas na Baixada Campista.

A operação investiga a morte do cabo eleitoral Aparecido Oliveira de Moraes, 69 anos, o ‘Aparício’, executado com 8 tiros dentro de seu carro, na Estrada de Campo Novo, em São Sebastião. 

Os agentes cumpriram nove mandados de busca e apreensão na Câmara de Vereadores de Campos, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, e em outros endereços. 

Traficante participou de comício da cadeia

Segundo as investigações, o traficante José Ricardo Rangel de Oliveira, conhecido como Ricardinho, preso em Bangu há mais de 10 anos, participou de um comício de Bruno Pezão por videoconferência um dia antes do crime.

A transmissão foi feita direto de Bangu para o comício, com foto do traficante sendo projetada no telão. A Câmara de Vereadores de Campos afirmou que colabora com as investigações.

“Mais uma vez, nosso amigo Ricardinho aqui, está acompanhando ao vivo, só tenho a agradecer. Vou estar passando a palavra agora para o nosso vereador Bruno Pezão, que ficou encantado com essa reunião bonita. Eu perguntei ao Ricardinho: ‘Ricardinho, pode filmar esse povo bonito?’. ‘Pode filmar tudo isso aí, que vai rodar os quatro cantos de Campos”, disse um assessor do vereador no evento.

A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especializada de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco) e pela 134 ª DP (Campos).

Operação mira suspeitos de morte em disputa política em Campos 

Aparecido tinha domínio em dois colégios eleitorais: Valeta e Venda Nova, ambos em Campo Novo e, antes de morrer, tinha selado acordo político a Diego Dias, concorrente de Bruno Pezão.

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