“Passar fome não dá direito de furtar”, diz o vereador eleito Subtenente Eliabe, em indireta a Natália Bonavides

Eleito com mais de 4 mil votos em Natal, o Subtenente Eliabe (PL) afirmou que passar fome não dá direito de furtar, ao ser questionado sobre o Projeto de Lei que descriminaliza o furto quando cometido por necessidade em meio ao estado de pobreza, apoiado pela candidata Natália Bonavides (PT).

A declaração foi dada em entrevista no Ligado nas Cidades, da Jovem Pan News Natal (93,5), nesta segunda-feira (14).

Eliabe afirmou que Natal e o Estado do RN se transformaram em um local violento e que não há medidas para endurecer o combate à “bandidagem” e quem comete crimes. Segundo o vereador, é uma situação absurda que um representante do povo defenda o projeto.

Para justificar a resposta, o subtenente usou como exemplo sua experiência de vida e revelou que nasceu na extrema pobreza e que passou fome. “Eu nasci na extrema pobreza, passei necessidade, passei fome, porque não tinha alimentação. Então, imagina, isso me dá o direito de pegar uma arma, furtar e roubar por uma necessidade? Isso não existe”, respondeu Eliabe.

Ao analisar a atuação de Natália Bonavides como deputada, o parlamentar afirmou que a situação de Natal é muito complicada no âmbito da segurança e que as decisões do Congresso Nacional reverberam na capital potiguar. Para ele, é preocupante a postura da petista, que se mostra “preocupada com o criminoso em detrimento de se preocupar com a vítima”.

Em relação a segurança, o subtenente ressaltou que o trabalho da segurança é dever do Estado, mas que não impede que a gestão municipal elabore iniciativas e políticas-públicas que melhorem a segurança da população da capital. “A nossa pauta é segurança. Queremos que a Câmara Municipal de Natal assuma o protagonismo no tocante a elaborar iniciativas para melhorar a segurança da população. Por exemplo, temos a guarda municipal que é uma forma da gestão municipal de ajudar na segurança de forma integrada com as demais forças”, explicou Eliabe.

De acordo com o vereador eleito, a capital potiguar deveria ter no mínimo 2 mil agentes na guarda-municipal. Outro ponto que o subtenente ressalta é a faixa etária dos agentes, que estaria na casa dos 40 anos, e que estão próximos de se aposentar. “Então, na guarda-municipal, o último concurso foi feito em 2005. Tem pouco mais de 300 agentes, onde a maioria deles preenche requisitos para se aposentar”, disse o parlarmentar.

Sobre o pleito, o vereador diz que o trabalho foi feito com campanhas nas ruas e nos bairros para que se chegasse ao maior número possível de eleitores. Na entrevista, o subtenente revelou que durante a campanha recebeu ameaças de criminosos. “Por diversas vezes, fomos ameaçados em alguns bairros, por criminosos, por faccionados, em razão de ser policial. Tivemos dificuldade de entrar em algumas regiões. Então nossa equipe foi ameaçada e estava correndo risco”, relatou o vereador.

Eliabe revelou que estava panfletando em um local, não mencionado, em Natal e teve que retirar sua equipe devido as ameaças sofridas. “Tivemos essa dificuldade. Além de enfrentar as perseguições que já é inerente a um militar.”, descreveu o parlarmentar. O eleito a vereador falou que, enquanto policial militar, já procurou as autoridades para investigar o caso.

“Para um militar fazer política é muito difícil, dentro dos quartéis, eu era candidato mas antes de tudo um militar, então até a nossa entrada nos quartéis ficou restrita e, até certo Ponto, fomos até expulsos de algumas unidades”, afirmou o Eliabe.

O vereador ainda explicou: “Estávamos lá obedecendo a legislação eleitoral. Sabemos que não pode ser feito campanha política nos quartéis. Mas o fato de ser candidato, não impede que, durante o período de campanha, que eu entre na unidade. O objetivo não era fazer campanha nem distribui material”.

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