Delegado e policiais presos negociaram R$ 30 mi em propinas com o PCC, aponta investigação

A investigação sobre o suposto esquema de corrupção envolvendo membros da Polícia Civil de São Paulo e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) revelou um esquema de propinas no valor de R$ 30 milhões. Os agentes públicos suspeitos incluem o delegado Fábio Baena Martin, o policial Marcelo Roberto Ruggieri e os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Marques de Souza e Rogério de Almeida Felício, entre outros.

Principais pontos da investigação:

Propinas e Lavagem de Dinheiro: Segundo a apuração, as propinas eram pagas em dinheiro, bens de luxo, como relógios caros, e até imóveis, como um sítio que teria sido transferido para os envolvidos.

Acordo de Colaboração: A operação foi embasada na delação premiada do empresário Vinicius Gritzbach, executado em novembro no aeroporto de Guarulhos. Ele revelou práticas de corrupção e extorsão na Polícia Civil.

Bloqueio de Bens: A Justiça determinou o bloqueio de bens dos investigados no valor de até R$ 30 milhões, para evitar a continuidade dos crimes e garantir a reparação de possíveis danos.

Ligação com o PCC: O grupo é acusado de proteger integrantes do PCC em investigações e de facilitar ações da facção criminosa. Um dos investigados, Marcelo Ruggieri, teria produzido documentos falsos em benefício do grupo.

Investigação Financeira: O patrimônio incompatível com os rendimentos dos investigados chamou a atenção do Ministério Público e do Coaf.

Reações e Declarações:

• A defesa dos acusados, como Fábio Martin e Eduardo Monteiro, afirmou que os fatos já foram investigados e arquivados anteriormente, classificando as prisões como arbitrárias.

• O juiz Paulo Fernando Deroma de Mello destacou a necessidade de combater a infiltração de agentes públicos em organizações criminosas, afirmando que o caso pode levar à conclusão de que o Brasil caminha para um “Narco-Estado” caso as acusações se confirmem.

O caso evidencia a complexa relação entre corrupção em órgãos públicos e o fortalecimento de facções criminosas, levantando questões sobre a integridade das instituições e a eficácia dos mecanismos de controle e fiscalização.

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