Apagão no Sudeste não tem relação com a crise hídrica, diz ONS
Foto: Reprodução/Google StreetView
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou neste domingo (19) que o apagão que afetou parte da Região Sudeste na noite deste sábado (18) não teve relação com a crise hídrica do país. Segundo o ONS, às 21h21 de sábado “houve um desligamento total da Subestação de Rocha Leão”. O local, em Rio das Ostras, na Região dos Lagos fluminense, pertence a Furnas — que já tinha admitido a falha em nota neste domingo.
“As proteções atuaram corretamente para isolamento da falha, causando o desligamento de todos os equipamentos. A equipe técnica de Furnas prontamente iniciou os procedimentos para o restabelecimento do fornecimento”, detalhou Furnas.
O ONS afirmou que entrou em ação a “proteção diferencial de barras do setor de 138 kV”, afetando cidades do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Às 22h32, o abastecimento estava normalizado.
O ONS avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos e se foi um problema técnico ou um erro humano.
Para o pesquisador João Teles, da FGV Energia, “a observação do ONS faz sentido”. “Não deve se tratar de escassez de recursos energéticos. Porque o atendimento da carga nesse horário é considerado fora da ponta, ou seja , uma carga média”, pontuou. “E também foi no sábado, que não é dia útil, com uma carga normalmente mais baixa”, emendou.
Luciano Losekann, professor da UFF e pesquisador do Grupo de Economia da Eenergia da UFRJ, concorda. “O horário do apagão não era pico de demanda”, afirmou. “Indica ter sido uma falha localizada, mas a causa do problema podem ser diversos fatores”, ponderou.
O que é proteção diferencial de barras?
Todas as subestações de energia têm um barramento de entrada — uma espécie de distribuidor de energia para o sistema.
A proteção diferencial de barra existe para proteger a subestação e os equipamentos de curtos-circuitos ou danos afins quando há uma queda repentina de energia nesse distribuidor.
Se a subestação fosse uma casa, a proteção de barra seria o disjuntor geral. A “chave de luz” do painel normalmente desarma quando uma das fases cai ou quando há oscilações grandes nas tomadas.
Mais de uma hora sem luz
Segundo a Energisa, uma das distribuidoras atingidas pela falha, “a ocorrência na Subestação Rocha Leão de Furnas afetou as supridoras Light e Enel, que abastecem as concessões da Energisa de Minas e Nova Friburgo, foi responsável pelas interrupções”. “A situação que impactou Nova Friburgo e pelo menos 60 municípios da concessão de Minas Gerais teve início às 21h21”, explicou.
No RJ, houve relatos de apagão em 13 cidades das regiões dos Lagos e Serrana. Em MG, pelo menos 62 municípios registraram a queda de energia.
Segundo a Enel, que atende o interior fluminense, “o fornecimento de energia foi normalizado para todos os clientes às 22h32” — ou cerca de uma hora e meia depois do incidente em Rocha Leão.
O problema foi relatado nas seguintes cidades fluminenses:
- Araruama
- Búzios
- Cabo Frio
- Iguaba
- Macaé
- Nova Friburgo
- Paraíba do Sul
- Rio das Ostras
- São Pedro da Aldeia
- Saquarema
- Teresópolis
- Três Rios
- Vassouras
POR G1
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