Apenas 2% dos trabalhadores da educação estão imunizados no RN
Foto: Divulgação/Secom/Natal
Dos mais de 130 mil profissionais da educação do Rio Grande do Norte aptos a receber doses de vacinas contra a Covid-19, somando trabalhadores das redes municipais, estadual e particulares, além de todos os níveis de ensino, apenas 2.785 estão hoje completamente imunizados. Isto é, apenas 2,1% receberam as duas doses ou uma dose única das vacinas disponíveis contra a doença. A proteção contra o vírus é a principal reivindicação dos
professores para o retorno às atividades presenciais de ensino.
Os dados constam em um levantamento feito pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do RN (UFRN). De acordo com o estudo, um total de 62.610 profissionais haviam tomado a primeira dose da vacina contra a Covid-19. No entanto, 1.923 tinham completado o esquema vacinal com a segunda dose. Há ainda os 862 que foram vacinados com dose única, somando 2.785 completamente imunizados. A vacinação da educação foi iniciada em 07 de junho passado. Como boa parte dos trabalhadores recebeu doses da CoronaVac e AstraZeneca — com diferença entre 80 a 90 dias entre a primeira e segunda dose —, a imunização completa da categoria ficará para setembro.
A falta de imunização levou o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte) a aprovar indicativo de greve para impedir a retomada das aulas. Os profissionais decidiram só retornar ao trabalho ao completar o esquema vacinal. Em Natal, a rede municipal deve retomar as aulas no próximo dia 14. Já a rede estadual prevê retomada a partir do dia 19.
O secretário estadual de educação do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques, fez um apelo aos profissionais: “Pensem um pouco mais nos alunos”. Ele argumenta que Estado apresentou um plano de volta às aulas presenciais com redução dos índices de transmissibilidade e ocupação de leitos para Covid-19 abaixo de 70% [Hoje, está em 60%]. “Estamos seguindo aquilo que foi construído quando ainda nem existia vacina”, definiu.
Adaptações para o retorno das atividades
Para que estudantes e profissionais possam voltar a frequentar o ambiente escolar, foi preciso fazer adaptações sanitárias por causa da transmissão do coronavírus. Nas escolas estaduais foram instalados tapetes sanitizantes, lavatórios extras, dispenser de álcool em gel, além da abertura de janelas para circulação de ar e a implantação do uso de termômetros no portão de entrada. Todavia, o secretário Getúlio Marques admite uma falha no sistema de internet. “Infelizmente para escolas e alunos que não possuam acesso à internet vamos continuar utilizando o material impresso”, informa.
No entanto, ele garante que a pasta já trabalha num projeto para a instalação de internet banda larga em todas as escolas da rede estadual, inclusive nas escolas rurais, e, no futuro, a aquisição de equipamentos e chips para os alunos. “Temos o projeto, mas não sei quando vou conseguir porque estamos na fase inicial de elaboração de discussão com as empresas para saber qual a melhor solução”, diz.
Já na rede municipal de ensino da capital potiguar, além da instalação de lavatórios móveis e totens de álcool em gel, a prefeitura planeja distribuir kits de higiene pessoal a todos os alunos e profissionais da área. O kit é composto por nécessaire com uma squeeze de 300ml, três máscaras laváveis, uma toalha de rosto, quatro unidades de gel higienizador de 50g, dois sabonetes líquidos de 120ml e um protetor facial modelo face shield.
Protocolo Federal
Os ministérios da Saúde e da Educação anunciaram a preparação de um protocolo de retorno das aulas. O governo federal quer que as aulas sejam retomadas a partir de agosto. Segundo a Saúde, 80% dos professores do ensino básico já receberam a primeira dose da vacina, o que possibilitaria, a partir de agosto, um retorno seguro às aulas. A expectativa é de que a portaria com o protocolo de retorno às aulas seja publicada no início da semana que vem. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que o país “chegou ao limite”. “Somos um dos últimos países com as escolas fechadas. A perda é acadêmica, emocional e pode até ser considerada nutricional para muitas crianças”, disse ele ao criticar “a falta decisão política dos entes federados lá na ponta”. POR NOVO NOTICIAS
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