Após discussão, tio mata sobrinho e namorada e enterra corpos em quintal
Um jovem de 19 anos e a namorada dele de 18 foram encontrados mortos enterrados no quintal de uma casa, no município de Floresta Azul, sul da Bahia, nesta terça-feira (28), quatro dias após desaparecerem depois de participar de uma festa junina.
Um tio do rapaz, proprietário do imóvel, foi preso em flagrante e confessou o duplo homicídio. Segundo a polícia, o homem cometeu o crime após uma discussão com o sobrinho, devido ao fato dele ter levado a namorada para a casa.
De acordo com a delegada Ana Paula Gomes, o suspeito, o pedreiro Wilson Meira de Oliveira, 41 anos, afirmou ter usado drogas trinta minutos antes de cometer os crimes, na manhã de sexta-feira (24). Antes de assumir a autoria dos homicídios, o homem chegou a prestar queixa na delegacia da cidade sobre o desaparecimento do sobrinho, Edson de Jesus, e da namorada, Isabela Regis Lima, e acompanhar as buscas realizadas pela polícia.
O acusado foi preso também nesta terça, logo após a polícia encontrar os corpos das vítimas em uma cova rasa. Os dois haviam sido vistos pela última vez por volta de 4h da madrugada de sexta, numa festa em Floresta Azul, e foram encontrados mortos, em avançado estado de decomposição, com as mesmas roupas.
“Ele [Wilson] morava no imóvel com o sobrinho e a mãe, que é avó do rapaz. A avó não gostava que Edson e Wilson levassem mulheres para a residência e, conforme depoimento do acusado, foi isso que provocou a discussão. A avó, no entanto, estava viajando no dia do crime, além disso o casal não estava fazendo nada de mais na casa”, afirmou a delegada.
Conforme a polícia, após o desentendimento, Wilson pegou um pedaço de madeira nos fundos da casa e deu um golpe pelas costas no sobrinho, que caiu no chão na frente da namorada. “Depois, ele continuou espancando a vítima no chão e a menina ficou em estado de choque. Em seguida, Wilson também decidiu matar a jovem, segundo ele para não deixar testemunhas. Ele pegou um fio de telefone e a asfixiou até a morte. Depois, percebeu que o sobrinho ainda estava respirando, pegou o fio e fez o mesmo com ele até matar”, disse a delegada.
Ainda conforme a polícia, após a morte das vítimas, o pedreiro abriu um buraco de cerca de 60 centímetros no quintal e enterrou os corpos. Para que ninguém desconfiasse de nada, de acordo com a polícia, o tio disse para vizinhos que estava fazendo o buraco para consertar uma tubulação que estava rompida.
“Quando foram encontrados, na manhã desta terça, os corpos estavam com as mesmas roupas que eles estavam usando na festa. Passamos a desconfiar do tio do rapaz quando vimos em um blog da região uma publicação informando que ele [o tio] estava impedindo familiares que tinham vindo de outra cidade, para acompanhar as buscas, de entrar na casa. Então, fomos até o imóvel e localizamos os corpos. Ele foi preso em flagrante e disse ser usuário de drogas há cerca de dez anos e que passou a noite anterior ao crime consumindo crack”, disse a delegada.
Isabela também morava no município de Floresta Azul e estava namorando com Edson há cerca de três meses. Segundo a delegada Ana Paula Gomes, os dois eram estudantes. “Ela era uma menina super tranquila, uma moça estudiosa e que, conforme familiares, só costumava sair de casa para a escola. As famílias dos dois sabiam do relacionamento e concordavam. Ninguém se mostrou contra o relacionamento. Portanto, não existia nada pessoal. Esse crime foi uma ação isolada do tio da vítima. Os demais familiares não têm nada a ver”, afirmou. A delegada disse que outros familiares serão ouvidos somente após o enterro das vítimas, devido ao fato de estarem bastante abalados com o crime.
O suspeito, que foi levado para o complexo policial da cidade de Ibicaraí, vai responder por homicídio qualificado e deverá ser transferido nos próximos dias para o presídio de Itabuna, também no sul do estado. “Além do homicido qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas, ele responderá ainda por ocultação de cadáver, feminicídio e fraude processual, por ter tentado atrapalhar as investigações. Foi um crime bárbaro, uma crueldade,
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