“Bancada federal do RN esqueceu que Caicó existe”, reclama Odair Diniz
Cumprindo seu segundo mandato na Câmara Municipal de Caicó, o vereador Odair Diniz está tendo, neste novo momento, a oportunidade de presidir a Casa Legislativa, que atualmente conta com 15 parlamentares.
Na entrevista, revelou um certo mal-estar entre o Poder Legislativo e alguns auxiliares do chefe do Executivo, muito embora a Câmara seja parceria da Prefeitura, além de também ter criticado a falta de atenção da bancada federal potiguar para com o município de Caicó e a região do Seridó potiguar.
Confira abaixo.
Qual a avaliação que o senhor faz dos primeiros meses da gestão do prefeito Batata?
O prefeito vem tentando acertar, isso é notório, mas em alguns pontos está deixando muito a desejar. A população tem cobrado mais empenho da equipe do prefeito, e a gente entende que é necessário, realmente, haver uma celeridade maior em diversas questões que envolvem a cidade. Seis meses geralmente é o tempo que a população dá aos novos gestores para que eles possam mostrar serviço, mas o prefeito Batata, mesmo com vontade de acertar (inclusive apoiei ele em um primeiro momento), vem tendo suas ações reprovadas. Espero que ele comece a acertar logo para dar uma qualidade de vida melhor ao povo.
O deputado estadual Vivaldo Costa disse que o prefeito Batata sofre com a inexperiência da sua equipe. O senhor concorda?
Em partes. Realmente, a assessoria do prefeito tem pessoas sem experiência na área pública. Existem pastas que necessitem de pessoas com mais experiência no meio, até porque setor público é diferente de privado. Concordo que o prefeito precisa reavaliar algumas secretarias e ver novos nomes que possam, realmente, dar uma sustentação melhor para a sua gestão.
Quais são os principais problemas da cidade?
A crise hídrica, que a Câmara vem debatendo diuturnamente, escutando clamores populares, mas também a parte de infraestrutura de Caicó. Algumas ruas não tem pavimentação e, por isso, há buracos. A gente aguarda uma emenda federal desde 2013 para fazer uma pavimentação nas ruas principais da cidade, mas só chegaram R$ 800 mil. Infelizmente, Caicó não tem a assistência ideal da bancada federal. Com recursos próprios a gente sabe que o município não tem capacidade de fazer toda a infraestrutura. O próprio PAC federativo é muito cruel: de cada 100 reais arrecadados, apenas 13 chegam no município, e os prefeitos estão com essa situação na mão.
Como o senhor avalia a atuação da atual bancada federal do RN?
Eu tenho percebido que, hoje, existem cerca de 100 vereadores de várias regiões do estado que não votarão nos atuais representantes da bancada federal do RN. Acredito que em 2018 vai haver uma renovação de pelo menos 50% nos nossos representantes de Brasília. No caso específico do Seridó, a atual bancada federal tem sido completamente omissa. A gente vem lutando por R$ 5 milhões desde 2013 para estruturar as ruas de Caicó e até agora só mandaram R$ 800 mil. Um deputado federal, sozinho, tem condições de alocar cerca de R$ 70 milhões num período de 4 anos. Nós temos 8 representantes na Câmara e não conseguimos nem R$ 5 milhões. Infelizmente estamos percebendo que o Seridó vem sendo esquecido, o que é triste para a região que já teve momentos gloriosos em Brasília com 3 deputados federais e 1 senador. A população vem sentindo o esquecimento atual. A título de comparação, a região de Mossoró, só neste ano, já recebeu algo em torno de R$ 70 milhões para infraestrutura. Nada contra eles, mas Caicó e o Seridó, se for feito um levantamento, vai dar para perceber que não recebeu nem R$ 30 milhões nos últimos 4, 6 anos. No ano que vem, vamos levar esse discurso à praça pública e cobrar renovação na bancada federal do RN.
Como tem sido o trabalho da Câmara?
Muito bom e transparente. Na nova legislatura, entraram oito vereadores diferentes. De todos os parlamentares antigos, apenas dois renovaram o mandato, os restantes são de segunda viagem. De modo geral, a gente vem fazendo um papel fundamental na cidade. Mesmo aliados do Executivo, estamos fiscalizando e avaliando as situações, dando sugestões para a Prefeitura e contando com o prefeito para que ele escute a Casa, até porque a verdadeira representatividade da população é o Legislativo. Infelizmente estamos tendo algumas dificuldades de entendimento com alguns auxiliares do prefeito e esperamos que isso seja solucionado. Na história da Casa, a primeira vez que houve debate, revisões e reordenamentos quanto aos recursos da LDO foi em 2017, já sob nossa gestão, onde remanejamos alguns recursos e elencamos prioridades como a segurança, o setor de zoonoses e o esporte. Neste último caso, colocamos recursos para subsidiar os atletas da cidade em competições RN a fora, incentivo que não é dado hoje.
O senhor será candidato a deputado federal em 2018?
Sim. Estamos numa pré-campanha, fazendo uma peregrinação em todas as regiões do Estado e percebemos que, aonde nós chegamos, somos bem aceitos pelas pessoas, lideranças políticas e a própria população. Já contamos com uma simpatia de, em média, 30 a 40 vereadores em todo o Estado, além de ex-prefeitos e presidentes de diversas Câmaras Municipais do Rio Grane do Norte. Estamos conversando com vários partidos, buscando unir forças para fazer uma candidatura forte em 2018.
Quais são os partidos que estão integrando essa união?
Já tivemos contato com o PEN, PSC, PSDC, PTC, PRB, PRP, PV, PPS, PMN, PHS e mais alguns outros. Ao todo, creio que algo em torno de 11 a 12 partidos vão tentar unir forças para conseguir resultados expressivos no ano que vem.
Do Agora RN
Escreva sua opinião
O seu endereço de e-mail não será publicado.