BBB 15: Mau exemplo… “Talita obrigou Rafael a transar sem camisinha”

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Nesta semana, Talita, participante da 15ª edição do Big Brother Brasil, recebeu a visita de uma ginecologista. Ela e Rafael, outro dos participantes, têm feito sexo sem proteção, e a aeromoça teme estar grávida. Já tomou inclusive a pílula do dia seguinte (fornecida pela produção após apenas muita insistência) por duas vezes durante o confinamento.

O episódio é um dos maiores erros dos 15 anos do reality show no Brasil: além do machismo, o programa está deseducando milhões de telespectadores e indo na contramão do que pregam todas as entidades médicas do mundo todo, ao deixar nas mãos da mulher todo o ônus da proteção nas relações sexuais.

Rafael não recebeu a visita de nenhum médico. Também não passou pela cabeça da direção, por exemplo, promover uma conversa do casal com um orientador sexual.

Ao invés disso, coube a Talita, após a consulta, ir conversar com seu parceiro sobre prevenção. “Pílula do dia seguinte só pode ser usada duas vezes por ano, e eu tomei duas em menos de um mês”, repetiu a moça. “Temos que nos cuidar”, completou.

Ao estudante gaúcho coube seguir deitado no sofá ou malhando na academia tranquilo, enquanto Talita era xingada e humilhada país afora pela internet. Afinal, além de ser “safada”, não está cuidando da proteção do casal.

A mensagem do diretor de núcleo Boninho e da produção para a multidão de adolescentes e jovens que acompanham o programa é simples:

“Rapaz, transe sem camisinha. Sequer pense nos riscos de pegar ou passar uma doença. Também relaxe sobre a possibilidade de uma gravidez indesejada. Isso tudo é problema da mulher. Se ela quer ´dar´ sem camisinha o azar é dela. Se ela engravidar o azar também é só dela. Divirta-se, garanhão!”.

“Garota, você não se dá o valor, fica transando em rede nacional. E é uma irresponsável, não obrigou seu namorado a se proteger. E, como sabemos, homens são assim mesmo, é você quem tem de cuidar de tudo. Espero que você não engravide, senão a culpa será toda sua. Se cuide, sua promíscua!”.

Mais: neste caso não é válido o argumento de que o BBB é um programa de entretenimento, sobre o qual não caberia esse tipo de questionamento. A atração global se vende como socialmente responsável. Nesta edição, por exemplo, os participantes têm de economizar água, “para dar o exemplo”. Outras ações supostamente exemplares foram ao ar em outras edições.

A não ser que a produção tenha imagens revelando que Talita tem secretos poderes telepáticos e está obrigando Rafael a transar sem camisinha, a mensagem passada pela Globo neste episódio é a pior possível.

3 Comentários

anonimo

mar 3, 2015, 11:31 am Responder

A globo não tem mais o que passar em sua programação

Marcya Araújo

mar 3, 2015, 11:53 am Responder

O BBB segundo a idéia de Pe Zezinho, bem interessante:
Dias atrás me ocorreu uma idéia nem tão maluca quanto possa parecer: um BBB educativo. O que acontece agora, não é. Talvez a mesma Globo que tem tanta criatividade e tanto poder possa realizá-lo… <

Quem participaria? Jovens normais em trajes normais, que mostrassem ser bons de livros e de estudos se candidatariam para serem vistos fazendo alguma coisa séria por três meses numa escola de qualidade. Ninguém ficaria pelos corredores tramando contra os outros.

Teriam aulas com professores sérios, tarefas, provas e competições… Mostrariam como se estuda para ser alguém neste país. Ninguém seria eliminado por grupinhos, conchavos e fofocas. Um não iria contra o outro, ninguém teria que derrubar ninguém. Pelas notas de uma bancada de professores ficariam até o fim os cinco que melhores notas obtivessem.

No BBB, que aconteceria numa fazenda, aprenderiam ecologia, artes e ofícios, lidariam com computadores, máquinas, pinturas, ginástica, danças, teatro, coisas úteis. Nenhuma moça teria que se despir, ou andar de lingerie pelos corredores, nem expor o corpo para depois aparecer nas páginas de revistas masculinas como a Play Boy com o anuncio: Ex-BBB. Valeria a cabeça e não os outros predicados. Poderia ser bonita, mas isso não contaria ponto algum.

No fim, quem os visse disputando em todos os campos, inclusive filosofia, antropologia e história, votaria na melhor cabeça. O vencedor ou a vencedora ganharia uma bolsa de estudos numa universidade na Europa e os quatro outros, no Brasil.

Alguém me perguntaria se isso dá ibope e se as pessoas quereriam ver um programa chato desses. E eu perguntaria se é tão chato ver jovens opinando, escrevendo, discordando, pensando, dizendo coisa que preste, debatendo, semeando, plantando, cuidado da vida, em competições sadias, e ninguém roubando a garota do outro ou o cara da outra. Um BBB menos egoísta talvez desse certo.

Não custa tentar! Vai que, uma dessas, o povo brasileiro decide que não quer mais ver jovens dissipados numa jaula, fazendo nada, um derrubando o outro para ver quem leva o prêmio de um milhão de reais. Imagine um milhão de reais nas mãos de quem passou três meses trabalhando e estudando… A televisão foi ou não foi criada para isso?

Pe. Zezinho scj

anônimo

mar 3, 2015, 2:19 pm Responder

sinceramente só tem safadeza, pra começar ele não é nenhuma criança que não saiba que tem que se prevenir, não só pelo fato de engravidar alguém, mas também pra não contrair doenças, e essa criatura toma essa pílula do dia seguinte sem nem saber se tá grávida ou não, até porque ela fazendo isso pode acabar abortando( se tiver grávida), é a mesma coisa de ser a favor do aborto, nunca gostei desse programa, não critico quem gosta, mas tem coisas melhores pra assistir na televisão.
Essa é apenas minha opinião, até porque ninguém tem obrigação de pensar da mesma forma, como repeito a opinião dos outros, assim também espero que respeitem a minha…

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