Bombeiros iniciam buscas por segundo menino Yanomami que desapareceu no rio após brincar próximo de garimpo

Foto: Reprodução/Instagram/condisiyanomami

O Corpo de Bombeiros iniciou nessa quinta-feira (14) as buscas pelo segundo menino indígena que desapareceu após ser levado pela correnteza do rio Parima, enquanto brincava próximo de um garimpo ilegal na região na comunidade Makuxi Yano, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Um outro um menino, de 5 anos, que também brincava no local, foi encontrado morto pelos indígenas nessa quarta-feira (13). A denúncia foi apresentada pelo Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY). De acordo com os Bombeiros, uma equipe de quatro mergulhares foi enviada para realizar as buscas pelas duas crianças indígenas vítimas de afogamento.

As equipes foram enviadas ao local por volta das 16h30 dessa quarta-feira, após a disponibilização de uma aeronave do Distrito Sanitário de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y) para deslocamento até a comunidade, uma vez que a área é de difícil acesso, conforme os Bombeiros.

Segundo os militares, as buscas continuam e os mergulhadores estão no local desde as primeiras horas desta quinta-feira.

Desaparecimento

As lideranças locais disseram ao Condisi-YY que as máquinas ficam na beira do rio, e as duas crianças “engataram em algum objeto”, momento que foram jogados na água. O local fica na região de Alto Alegre, no Norte do estado.

Conforme o presidente do Condisi-YY, Júnior Hekurari Yanomami, os indígenas realizaram buscas nesta quarta-feira, mas conseguiram encontrar apenas o corpo do menino mais velho.

Devido a dificuldade de encontrar o segundo menino, o Condisi-YY enviou um ofício nessa quarta-feira (13) ao Corpo de Bombeiros e à Fundação Nacional do Índio (Funai) solicitando equipes para fazer as buscas pela criança.

Terra Indígena Yanomami

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, e parte da Venezuela. Cerca de 27 mil indígenas vivem na região em mais de 360 comunidades.

A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas.

A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos Yanomami, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

O número de casos de Covid entre indígenas que habitam a região, aumentou em razão da presença de garimpeiros. No ano passado, em apenas três meses, as infecções avançaram 250%. POR G1

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