Candidato que morreu no RN é o quinto a falecer em TAFs ou treinamentos neste ano
O candidato Luan Torquato, que morreu durante teste de aptidão física (TAF) para ingresso na Polícia Civil do Rio Grande do Norte, na quarta-feira (1º), está sendo velado nesta sexta-feira (3), em centro de velório no centro Aracaju, e será sepultado às 14h, na cidade. Ele é o quinto candidato que morreu em treinamento ou durante um TAF de concursos públicos no Brasil neste ano e fortalece questionamentos sobre os testes realizados nos concursos pelo Brasil.
Luan Torquato, de 29 anos, teve uma parada cardíaca na noite da quarta-feira, horas após ter passado mal e caído durante o TAF da Polícia Civil, na pista de atletismo do Caic. Antes, ele já havia sido submetido aos testes de força (barra fixa, abdominal) e salto horizontal, sendo aprovado em todas. A causa da morte ainda não definida, mas a situação é semelhante a outras que já ocorreram no Brasil neste ano.
Em novembro deste ano, Aelton Guimarães Braga Silva, de 20 anos, passou mal após concluir os exercícios da etapa para ingresso na Polícia Militar do Pará e recebeu os primeiros socorros ainda no local do TAF, em Belém. Porém, morreu no hospital.
Em outubro, em TAF para ingresso na Polícia Militar de Minas Gerais, que morreu foi Marcus Vinicius Teixeira Dias, de 20 anos. Ele realizava a prova de corrida em Juiz de Fora, onde deveria cumprir 2.400 metros em 12 minutos. Na segunda volta na pista de de atletismo, ele passou mal, teve uma parada cardíaca e morreu no local.
Ainda neste ano, um cabo da PM do Maranhão, de 35 anos, morreu durante um treinamento em novembro, direcionado a concurso público. Já em fevereiro, quem morreu foi Arthur Neiva Vieira de Sousa, de 23 anos. Natural do Tocantins, ele passou mal durante a realização do teste de aptidão física do concurso de agente penal de Roraima. foi atendido, medicado, mas faleceu dois dias depois.
Questionamentos
Entre os concurseiros e cursos preparatórios para os certames, há controvérsia com relação aos testes de aptidão física. Muitos criticam falta de um parâmetro único para os testes, já que há exigências diferentes para a área de segurança. Há, inclusive, projeto de lei tramitando sobre o tema.
O deputado Julio Cesar Ribeiro (Republicanos/DF) apresentou proposta que regula os critérios para realização de testes de aptidão física em concurso público. A proposta foi apresentada no dia 29 de outubro vai tramitar pelas diversas comissões internas, antes de ser votado, em definitivo, no plenário da casa.
A intenção da proposta é rever os critérios adotados nas provas de aptidão física, levando em consideração a necessidade de mudanças em decorrência de problemas constatados na aplicação dos testes. Na proposta, os testes de aptidão física seguem com previsão para ocorrerem com caráter eliminatório e, facultativamente, classificatório. Além disso, os exames não poderão ser aplicados das 10 às 16 horas e devem contar, no local das provas, com a presença de profissionais da área de saúde e unidade de terapia intensiva móvel.
O projeto também prevê que as seleções deverão contar com critérios mínimos diferenciados para homens e mulheres, de acordo com critérios etários e fisiológicos, como já ocorre em boa parte dos concursos.
“O calor é fator determinante quando se faz exercícios físicos, para alguns, a atividade se torna praticamente impossível. As condições fisiológicas para quem realiza o esforço físico pela manhã estarão mais preservadas do que as dos candidatos que cumpriram a etapa na parte da tarde. Assim, se for para fazer uma análise igualitária de quem é mais bem capacitado, todos devem ser analisados sob as mesmas condições de temperatura”, diz a justificativa do projeto, que também prevê a possibilidade de se chegar a um consenso na análise da proposta. As informações são da Tribuna do Norte.
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