Caso Robinho: justiça da Itália diz que jogador manifestou ‘particular desprezo’ por vítima de violência sexual
Foto: Reprodução/TV Globo
A Corte de Apelação de Milão divulgou, nesta terça-feira (9), o teor da sentença contra o jogador brasileiro Robinho, que no fim do ano passado foi condenado em segunda instância a 9 anos de prisão por violência sexual em grupo. Segundo o documento, o jogador e “seus cúmplices” manifestaram “um particular desprezo pela vítima que foi brutalmente humilhada”.
Além disso, a corte alegou que houve uma tentativa de “enganar as investigações oferecendo uma versão dos fatos falsa e previamente combinada”.
O tribunal também condenou Ricardo Falco, amigo de Robinho, a 9 anos de prisão.
O caso aconteceu em janeiro de 2013, quando Robinho defendia o Milan.
A sentença levou em consideração a troca de mensagens e escutas em que o atacante fala sobre a noite do crime. O conteúdo investigado foi tornado público em uma reportagem do GloboEsporte.com.
Em uma das mensagens, quando alertado por um amigo sobre a investigação, Robinho responde: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”.
De acordo com a sentença da primeira instância – divulgada em 2017 –, o jogador brasileiro, Ricardo e outros quatro amigos abusaram sexualmente de uma jovem albanesa de 23 anos em uma casa noturna.
A jovem estaria bêbada “ao ponto de ficar inconsciente” e teve relações sexuais quando não era capaz de resistir.
Ainda cabe recurso na Corte de Cassação, um tribunal de terceira instância. Só então, em caso de condenação definitiva, poderá ser iniciada uma cooperação jurídica internacional para que a pena seja cumprida no Brasil.
A defesa de Robinho alegou no julgamento que houve consenso da mulher no ato sexual. Em depoimento em 2014, o jogador admitiu que houve sexo oral, mas com permissão da garota e sem a participação de outras pessoas.
No ano passado, o jogador se pronunciou sobre o caso em entrevista ao site UOL. Ele negou ter cometido o crime, disse que teve relação consensual com a mulher que o acusa de violência sexual e que seu único arrependimento é ter traído a esposa. Também disse: “infelizmente, existe esse movimento feminista”.
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