Chuva recorde no Rio causa quatro mortes e deixa estragos e dezenas de desalojados
Quatro pessoas morreram durante o temporal que atingiu o Rio na madrugada desta quinta-feira (15). Um homem e uma mulher estavam em casa e foram atingidos por um deslizamento de terra em Quintino. Em Realengo, um policial militar ia para o trabalho de carro quando uma árvore caiu sobre o veículo e o matou. Em Cascadura, um adolescente de 12 anos também morreu.
A chuva causou interdições, falta de energia, alagamentos e derrubou um trecho da ciclovia Tim Maia, na Zona Oeste. A prefeitura recomendou à população que evitasse circular na cidade pela manhã.
No Complexo do Alemão, ao menos 50 famílias ficaram desalojadas. A Defesa Civil do município interditou 17 casas. Em Cascadura, 10 casas foram isoladas pelos técnicos. Em Campo Grande, na Zona Oeste, imagens aéreas mostram quarteirões inteiros alagados. Ainda não há um balanço oficial do número de pessoas que tiveram que deixar suas casas.
De acordo com o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, o temporal desta madrugada foi o mais volumoso da história do Rio em um período de uma hora. Antes, o último recorde de chuva havia sido registrado no ano de 2000, quando em uma única hora choveu 116 mm. Desta vez, o registro foi de 123,2mm em apenas uma hora.
Segundo a estação do Alerta Rio na Barra, em uma hora choveu o esperado para todo o mês de fevereiro.
Foram cinco horas em estágio de crise devido à chuva forte, que teve vento e raios. Às 5h30, a cidade retornou ao estado de atenção, mas várias vias seguiram interditadas e serviços ficaram suspensos, como trens e o BRT.
O estágio de crise é o pior de três estágios, com previsão de chuva forte a muito forte – desde 12 de março de 2016 o Rio não entrava em estágio de crise. Quando a cidade entra nessa situação, equipes emergenciais da prefeitura atuam contra transtornos generalizados, alagamentos e deslizamentos. O estágio de atenção é o segundo estágio, com previsão de chuva moderada a muito forte.
Vítimas
O homem e a mulher que morreram em Quintino foram identificados como Marcos Garcia, de 59 anos, e Judina Magalhães, de 62.
O policial militar ainda não foi identificado. Ele era lotado no batalhão do Méier e trafegava na Avenida Brasil quando tentou fugir do trânsito. Ao pegar um atalho na rua Recife, acabou sendo morto com a queda da árvore.
Um adolescente de 12 anos também morreu, em Cascadura, Zona Norte do Rio.
Quem precisou sair de casa tem encontrando problemas nos transportes públicos e nas principais vias da cidade. A circulação do ramal Santa Cruz da Supervia está suspensa.
O BRT tem serviço irregular. Já o Metrô, segundo a concessionária, funciona normalmente, assim como os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim.
De acordo com o Alerta Rio, não há mais previsão de temporal para esta quinta-feira. Mas chuvas de moderada a forte podem voltar a ocorrer.
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