Com avanço na vacinação, países flexibilizam restrições; Brasil é o 47º em imunização proporcional
O avanço nas campanhas de vacinação e os resultados obtidos após rígidas medidas de isolamento social têm feito países como Israel a Reino Unido retomarem gradualmente suas atividades. O país do Oriente Médio, que já imunizou 52,5% dos seus cidadãos com pelo menos uma dose da vacina, completa, neste domingo (28), uma semana das medidas de flexibilização da quarentena e se prepara para uma reabertura ainda mais ampla a partir de março.
No Reino Unido, 28,8% da população já foi vacinada, e a ideia do primeiro-ministro Boris Johnson é reabrir escolas e flexibilizar normas de distanciamento também a partir do próximo mês. Com colapso iminente do sistema público de saúde, o Brasil tem hoje apenas 3% da população imunizada e ocupa a 47ª posição no ranking de doses aplicadas per capita.
Em Israel, já foram aplicadas, até este sábado (27), quase 8 milhões de doses de vacina contra Covid-19. Mais da metade da população (52,5%) já tomou pelo menos a primeira dose, e 37,1% dos israelenses já se imunizaram por completo. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pretende imunizar todos os cidadãos acima de 16 anos até o final do próximo mês, para, a partir de abril, ampliar as medidas de reabertura.
No último domingo (21), o país já reduziu as restrições, permitindo acesso, ainda com máscara e distanciamento, a lojas, museus, bibliotecas, shoppings, entre outros espaços de lazer.
O acesso a sinagogas, hotéis e academias também está liberado, mediante a apresentação do chamado “passaporte verde”, concedido pelo Ministério da Saúde uma semana após a aplicação da segunda dose e válido por seis meses. As aulas presenciais do Ensino Fundamental também foram retomadas em cidades com contágio sob controle, e as do Ensino Médio devem ter retorno a partir do próximo mês.
Israel havia iniciado seu terceiro confinamento no final do ano passado, uma semana depois do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter se tornado o primeiro israelense a se vacinar, dando início à campanha nacional em 20 de dezembro.
No último sábado (20), o Ministério da Saúde israelense revelou estudos que apontam queda de 95,8% no risco de desenvolvimento de Covid-19 em quem tomou as duas doses da vacina Pfizer/BioNTech e 98% de eficácia na prevenção de febre e problemas respiratórios decorrentes da doença.
Na quinta-feira (25), Netanyahu protagonizou vídeo convocando os israelenses a se vacinarem durante o Purim, feriado judaico, e ironizou as inúmeras “fake news” propagadas contra as vacinas.
Questionado por um personagem sobre a possível implantação de um microchip, o premiê responde: “Queremos que as infecções diminuam para retornarmos à vida normal”. Em outro momento, zomba de um homem fantasiado de palhaço que diz ter medo de vacina. “Não seja um palhaço”, diz Netanyahu, antes de ratificar a segurança dos imunizantes e os estudos por trás deles.
Reino Unido
No Reino Unido, o 4º na lista de imunização per capita, 28,8% das pessoas já receberam pelo menos uma dose de vacina contra Covid-19. A campanha de imunização, iniciada em 8 de dezembro, é o principal pilar do pacote de medidas de reabertura anunciado pelo primeiro-ministro Boris Johnson no início da semana, com o objetivo de encerrar as restrições sociais por completo no dia 21 de junho.
O plano está dividido em quatro etapas, a primeira se iniciando a partir do dia 8 de março. Nesse primeiro momento, as escolas serão reabertas, com esportes e atividades ao ar livre liberados. Encontros em espaços públicos serão permitidos para duas pessoas que morem em casas diferentes, e residentes em casas de repouso poderão receber regularmente um visitante cada. As medidas valem para a Inglaterra, já que Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia para definir suas políticas restritivas.
A fase seguinte está planejada para 29 de março, quando deverão ser permitidos encontros ao ar livre para no máximo seis pessoas ou duas famílias. Equipamentos esportivos como campos de futebol, quadras de tênis ou de basquete, serão reabertos, e atividades esportivas organizadas para adultos e crianças, como escolinhas e categorias de base, também passarão a ser permitidas.
Boris Johnson condicionou o avanço do plano de reabertura a quatro fatores: o programa de vacinação continuar seguindo como planejado, evidências mostrarem que as vacinas estão reduzindo mortes e procura por hospitais, não haver risco de aumento de infecções evidenciado e internações, e que novas variantes do vírus não alterem o risco de suspensão das restrições.
Brasil
Computados pelo projeto “Our World in Data”, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, os dados comparativos referentes a vacinação trazem o Brasil apenas na 47ª posição no ranking de doses administradas proporcionalmente à população. Foram aplicadas no País, até agora, 3,9 doses para cada 100 brasileiros (pouco mais de 8,1 milhões de doses no total). Apenas 0,8% da população brasileira recebeu as duas doses necessárias à imunização.
A lista dos 10 países que mais vacinam proporcionalmente tem:
- Israel – 89,6 doses por 100 pessoas
- Ilhas Seicheles – 77,6 doses por 100 pessoas
- Emirados Árabes Unidos – 61,6 doses por 100 pessoas
- Reino Unido – 30 doses por 100 pessoas
- Estados Unidos – 21,2 doses por 100 pessoas
- Sérvia – 20 doses por 100 pessoas
- Ilhas Maldivas – 19,3 doses por 100 pessoas
- Bahrein – 18,7 doses por 100 pessoas
- Chile – 17,9 doses por 100 pessoas
- Malta – 15,2 doses por 100 pessoas
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