Covid e crianças: O que estudos recentes dizem sobre volta às aulas, transmissão e gravidade da doença
Foto: Reprodução/Internet
Em setembro, o G1 reuniu 7 pontos do que a ciência já sabia sobre a Covid em crianças. As pesquisas já apontavam que as crianças podem contrair o vírus e desenvolver formas graves, mas que esses casos eram raros. Estudos recentes confirmam esses indícios e acrescentam novos dados: crianças transmitem a doença menos do que adultos, escolas não são foco da transmissão e, quando têm surtos, é mais comum que o primeiro caso seja em um professor.
Após consultar mais de 20 artigos de pesquisadores de universidades renomadas, o G1 detalha abaixo as principais conclusões:
- Crianças também podem transmitir a Covid, mas menos do que os adultos
- Escolas não são principais focos de transmissão, mas há registros de surtos
- Reabrir escolas requer cumprimento de medidas como ventilação, distanciamento e uso de máscaras
- Escolas fechadas trazem prejuízos, mas professores temem risco com aulas presenciais sem vacina
- Novas pesquisas sobre Covid em crianças e síndrome pediátrica rara
1) Crianças também podem transmitir a Covid, mas menos do que os adultos
Segundo o Centro de Controle de Doenças Europeu (ECDC), “nenhuma evidência foi encontrada” sugerindo que crianças ou cenários educacionais sejam os motivadores principais da transmissão do vírus Sars-CoV-2.
Pesquisas feitas ao longo da pandemia vêm sugerindo que as crianças, apesar de se infectarem e serem capazes de transmitir a Covid para outras crianças e adultos, transmitem menos a doença.
Ainda no início da pandemia, uma pesquisa ainda não revisada, feita por cientistas chineses e australianos, analisou outros estudos e concluiu que, de 31 focos de casos dentro de casas na Coreia do Sul, Japão e Irã, 3 tiveram o primeiro caso em uma criança. Eles concluíram que as crianças não tinham um papel substancial na transmissão do Sars-CoV-2 dentro de casa.
Uma pesquisa publicada no “British Medical Journal”, em agosto do ano passado, acompanhou todos os primeiros casos pediátricos de Covid-19 na Coreia do Sul, registrados entre 20 de janeiro e 6 de abril de 2020. Ao todo, foram identificados 107 casos em pessoas com 18 anos ou menos. O estudo acompanhou 248 pessoas que moravam na mesma casa do caso inicial.
Os pesquisadores conseguiram identificar uma situação em que o caso pediátrico inicial – de um adolescente de 16 anos – infectou um adulto. O adolescente ficou isolado no próprio quarto, em casa, mas dividiu a mesa ao fazer refeições com o adulto que acabou infectado. O tempo de exposição foi de 2 dias no período pré-sintomático e de 1 dia no período sintomático do caso inicial.
“Um caso pediátrico inicial pode expor membros da casa a um nível substancial de infecção durante a fase pré-sintomática”, apontaram os pesquisadores. Eles recomendaram o monitoramento e a avaliação do papel das crianças em transmitir a Covid dentro de casa e na comunidade. VEJA MAIS EM G1
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