Deputada federal acusada de envolvimento na morte do marido participa de reconstituição de crime
A Polícia Civil realizou na madrugada deste domingo (22) a reconstituição da morte do pastor Anderson do Carmo, ocorrida em 16 de junho, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
No total, 14 pessoas participaram da reprodução simulada, incluindo a deputada federal Floderlis (PSD), mulher do pastor. Os filhos acusados de envolvimento no crime se recusaram a participar.
Ao final dos trabalhos, que duraram cerca de 6 horas, a delegada Bárbara Lomba afirmou que foi possível identificar algumas contradições. Segundo Lomba, Flordelis manteve grande parte do que já havia dito anteriormente em depoimentos, mas em alguns momentos disse não se lembrar do que havia acontecido no dia do crime.
Lucas dos Santos, que é filho adotivo do casal e está preso acusado de conseguir a arma do crime, desistiu de participar quando já estava no local.
Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis e apontado pela polícia como o autor dos disparos, foi levado por policiais ao local durante a madrugada, mas – como a defesa já havia adiantado – ele também se recusou a fazer parte da reconstituição.
Flávio e Lucas viraram réus pela participação no crime e terão que aguardar o julgamento em regime fechado. Eles poderiam se recusar a participar, já que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
Além de Flordelis, a polícia ouviu familiares que estavam na casa quando o pastor foi assassinado. Um deles foi Daniel, filho biológico do casal, que detalhou aos policiais como foi o momento em que ele socorreu o pai baleado. Também houve a participação de um motorista de aplicativo que transportou Lucas na noite do crime.
Durante a madrugada, os peritos realizaram também nove disparos na garagem, local onde o pastor foi morto. O objetivo era avaliar em que pontos da casa o som desses tiros poderiam ser ouvidos.
Com a reprodução simulada, a polícia quer esclarecer contradições de depoimentos e saber se havia uma segunda pessoa ao lado de Flávio na hora dos tiros.
Para os investigadores, é importante descobrir o mandante desse crime e por qual motivo o pastor foi assassinado. A principal linha de investigação é disputa por poder e dinheiro.
Os dois são acusados de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), com pena prevista de 12 a 30 anos. O crime completou três meses no último dia 16.
Polícia apreende peças-chave
No último dia 17, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em quatro endereços ligados à deputada no Rio de Janeiro e no apartamento funcional em Brasília.
Entre documentos e equipamentos recolhidos, os investigadores destacam o celular de Lorrayne, uma das netas de Flordelis, e um computador que pertencia ao pastor.
A perícia vai verificar se o laptop foi pareado com o telefone e pode conter mais informações – além de e-mails e registros de bate-papos.
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