Dilma critica Cunha por acatar impeachment e diz que não cometeu ‘atos ilícitos’
Ladeada por onze ministros, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (2) que recebeu “com indignação” a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de dar seguimento a um pedido de impeachment contra seu mandato. Segundo a presidente, ela não cometeu “atos ilícitos” e, por isso, as razões para o pedido “são inconsistentes e improcedentes”.
Dilma ainda atacou Cunha ao dizer que “não existe nenhum ato ilícito praticado” por ela. “Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público, não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais”, disse a presidente em declaração à imprensa no Palácio do Planalto.
A presidente permaneceu no ataque contra o presidente da Câmara na maior parte de seu discurso de cerca de três minutos. “Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas afim de satisfazer meus interesses”.
Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça, o presidente da Câmara deflagrou o processo de impeachment contra Dilma depois que três deputados do PT, o partido da presidente, afirmaram que não votariam a favor do mandato do peemedebista no processo de Conselho de Ética na Câmara.
“Nos últimos temos, em especial, nos últimos dias, a imprensa noticiou que havia interesse na barganha dos votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca, haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment”, disse Dilma. “Eu jamais aceitaria qualquer tipo de barganha, muito menos àquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu país”, completou a presidente.
O Palácio do Planalto, porém, trabalhou para que os petistas votassem a favor de Cunha para tentar inviabilizar a abertura do processo de impedimento de Dilma.
Por fim, Dilma também quis se valer de sua biografia e disse que seu “passado e presente atestam minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública”.
GAZETA DO POVO
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