É LEI: NO ‘MÊS JULHO AMARELO’ A POPULAÇÃO DEVERÁ SER CONSCIENTIZADA SOBRE HEPATITES VIRAIS

De autoria do deputado estadual Nelter Queiroz (PMDB) a lei nº 9.969 foi sancionada pelo Governador Robinson Faria (PSD) em 28 de julho do ano passado.

A legislação instituiu o ‘Mês Julho Amarelo’ no calendário oficial do Estado do Rio Grande do Norte com o intuito de conscientizar a população potiguar sobre os danos causados pelas Hepatites Virais (HV) à saúde humana.

No Brasil, as HV mais comuns são as causadas pelos vírus A (HAV), B (HBV), C (HCV) e D (HDV). Existe, ainda, os vírus E (VHE), porém, este é raro no Brasil e ocorre com mais frequência em países africanos e asiáticos. Boa parte da população brasileira é portadora dos vírus B ou C e não têm conhecimentos sobre o problema, correndo o risco destas doenças evoluírem, tornando-se crônicas, e causarem danos mais graves – ao fígado humano – como cirrose hepática e câncer.

“Esta lei tem um grande alcance social, pois oportuniza o acesso da população a informações primordiais sobre nossa própria saúde. Esperamos que o Governo do Estado e a mídia potiguar abracem esta causa e desenvolvam campanhas que conscientizem a população contra os malefícios causados pelas Hepatites Virais”, destacou Nelter.

VÍRUS A

Causada pelo vírus A (HAV), a hepatite A (hepatite infecciosa) é uma doença contagiosa. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.

A doença é totalmente curável quando o portador segue corretamente todas as recomendações médicas. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno, mas pode causar insuficiência hepática aguda grave e pode ser fulminante.

VÍRUS B

A hepatite do tipo B (Soro-homóloga), causada pelo vírus B (HBV), é uma doença infecciosa. Como o HBV está presente no sangue e no esperma, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST). Mães contaminadas podem passar para os seus filhos durante a gestação, durante o parto ou por meio do leite. Por isso que é tão importante a mãe realizar o exame para a hepatite B durante o pré-natal.

A hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram a forma crônica quando a doença dura mais de seis meses. O risco da doença se tornar crônica depende da idade na qual ocorre a infecção, isto é, quanto mais precoce é a infecção, maior a chance dela se cronificar. As crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e 50%. Em adultos, o índice cai para 5% a 10%.

O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico. Além dos medicamentos, indica-se corte no consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de seis meses e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre. O Ministério da Saúde disponibiliza a vacina contra a hepatite B.

VÍRUS C

A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV). O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue. Entre as causas de transmissão estão:
transfusão de sangue; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, entre outros), higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação de piercings; da mãe infectada para o filho durante a gravidez; ou através do sexo sem camisinha.

Existem centros de assistência do SUS em todos os estados do país que disponibilizam tratamento para a hepatite C. Quando a infecção pelo HCV persiste por mais de seis meses – o que é comum em até 80% dos casos – caracteriza-se a evolução para a forma crônica. Cerca de 20% dos infectados cronicamente pelo HCV podem evoluir para cirrose hepática e cerca de 1% a 5% para câncer de fígado.

Não existe vacina contra a hepatite C, mas evitar a doença é muito fácil: basta não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes e usar camisinha nas práticas sexuais.

VÍRUS D

A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Esse vírus depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa. E sua transmissão, assim como a do vírus B, ocorre por: relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada; da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, etc), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings; e por transfusão de sangue infectado.

A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D. Pode ocorrer ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B ou atacar portadores de hepatite B crônica – quando a infecção persiste por mais de seis meses. Como a hepatite D depende da presença do vírus B para se reproduzir, as formas de evitá-la são as mesmas do tipo B da doença: vacinação contra a hepatite B; uso da camisinha em todas as relações sexuais; não compartilhar de objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure; equipamentos para uso de drogas; confecção de tatuagem e colocação de piercings.

VÍRUS E

De ocorrência rara no Brasil e comum na Ásia e África, a hepatite do tipo E é uma doença infecciosa viral causada pelo vírus VHE. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.

Na maioria dos casos, a doença não requer tratamento, sendo proibido o consumo de bebidas alcoólicas, recomendado repouso e dieta pobre em gorduras. A internação só é indicada em pacientes com quadro clínico mais grave, principalmente mulheres grávidas. A melhor forma de se evitar a hepatite E é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico.

SINTOMAS

Em grande parte dos casos, as HV são doenças silenciosas, o que reforça a necessidade de ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam os vários tipos de hepatites. Em casos mais avançados da doença os infectados apresentam sinais de: febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjoo/náuseas, vômitos; perda de apetite, urina escura, icterícia (olhos e pele amarelados) e fezes esbranquiçadas.

Para saber se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites observe se você já se expôs a algumas dessas situações: contágio fecal-oral (condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos – vírus A e E); transmissão sanguínea (praticou sexo desprotegido, compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam – vírus B, C e D); transmissão sanguínea (da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação – vírus B,C e D).


 

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