Eleições na Alemanha: sociais-democratas vencem por margem pequena e partido de Angela Merkel fica em segundo
Foto: Hannibal Hanschke/Reuters
Os primeiros resultados das eleições na Alemanha, divulgados nesta segunda-feira (27), indicam que o Partido Social-Democrata (SPD) foi o que teve mais votos, com 25,7% do total. A União Cristã Democrata (CDU), o partido de Angela Merkel, ficou em segundo, com 24,1%, ou seja, 1,6 ponto percentual a menos que o SPD. Olaf Scholz é o líder do SPD. Ele começou a campanha em terceiro lugar.
O SPD teve uma significativa melhora de desempenho em relação às últimas eleições —há quatro anos, o partido teve 5 pontos percentuais a menos de votos.
Como esse resultado, ele terá mais força para conseguir formar uma coalizão de maioria no Parlamento, mas só se saberá quem será de fato o primeiro-ministro depois das negociações. Na sede do SPD, as pessoas já começaram a comemorar no domingo, quando foram divulgados os resultados das pesquisas de boca de urna.
Scholz disse aos seus correligionários que os alemães votaram no SPD porque querem uma mudança de governo.
O líder do Parlamento Europeu, David Sassoli, deu os parabéns a Scholz em uma rede social. É a primeira reação de uma autoridade da União Europeia após a votação.
Derrota do partido de Angela Merkel
A CDU, o partido de Merkel, teve o seu pior desempenho nas urnas. Em 2017, a CDU teve 9 pontos percentuais a mais de votos. Armin Laschet, o candidato da CDU, era tido como favorito no começo da campanha.
Ele foi à sede de seu partido algumas horas após o fim da votação, e disse que ainda não era claro qual era o resultado —Laschet também avisou que vai tentar negociar um governo mesmo se o seu partido tiver ficado em segundo lugar.
Quem é Scholz
O líder do partido que teve mais votos é o atual ministro da Economia e vice-chanceler da Alemanha (o SPD faz parte da coligação que sustenta o governo de Merkel).
Scholz é advogado, especializado em leis trabalhistas, tem 63 anos, é membro do SPD desde 1975 e foi eleito pela primeira vez para o Bundestag, o Parlamento alemão, em 1998. Também já foi ministro do Trabalho e prefeito de Hamburgo.
Considerado extremamente pragmático, já foi alvo de piada ao ser apelidado de “Scholzomat”, uma brincadeira com seu nome e a palavra “automat”, sugerindo que seria mais próximo de uma máquina do que de um ser humano.
Ainda sem governo
Como ninguém conquistou maioria no Parlamento alemão, nas próximas semanas haverá debates entre os principais partidos alemães para formação de uma coalizão de governo. As negociações podem durar meses —um novo governo pode se formar só no Natal. Até lá, a chanceler Angela Merkel continuará governando o país.
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