Em artigo, Rafael Motta afirma: “Enquanto ignorarmos que time vitorioso joga unido, continuaremos pequenos”
Pré-candidato a prefeito de Natal, o deputado federal Rafael Motta (PSB) criticou, em artigo publicado na edição deste mês da revista BZZZ, a falta de união dos políticos locais e a pequenez de pensamento. Segundo Rafael Motta, “enquanto ignorarmos que time vitorioso joga unido, continuaremos pequenos. Pequenos e iludidos, aguardando sempre essa grande virada que não acontece”.
Para crescer, é preciso pensar grande!
Desde que perdemos a Abreu e Lima, não nos faltaram promessas. Primeiro foi o novo aeroporto, depois veio a reforma do porto, houve também a Copa do Mundo. “Um grande legado”, diziam. Agora é o hub. Ah, e o São Francisco. “Tudo vai mudar, agora vai”. Somos constantemente nutridos por expectativas que não se confirmam, como que para nublar dificuldades à porta ou simplesmente a razão pela qual isso acontece. Não. Não me fale em território acanhado, o problema aqui é pequenez de pensamento.
É verdade que estamos entre as menores bancadas federais do país. Somos apenas 11, com mais uns poucos políticos potiguares que circulam por Brasília. Porém, nos vizinhos – maiores, diga-se – velhos adversários, mandatários ou não, sentam à mesa sempre que a pauta no Planalto Central interessa os seus respectivos estados e capitais e em pontuais entendimentos, confirmam nossas sucessivas frustrações. Infelizmente há quem se dedique mais a desfazer do que a fazer. Felizmente isso não é regra, é exceção.
Até pouco tempo Natal era considerada a capital mais segura do Brasil e em pouquíssimos anos se transformou em campeã nacional – e até internacional – de violência. Para que haja a compreensão do que escrevo, é preciso um questionamento: você sabe quantas vezes o Governo do Estado e a Prefeitura de Natal sentaram para debater este grave problema nos últimos três anos e meio? A resposta é nenhuma. Em Belo Horizonte, onde fui conhecer o Centro de Operações, as câmeras da Prefeitura observam o trânsito e, claro, a ordem. A questão exige integração e dispensa vaidades.
A não priorização de um plano sério de logística para o Estado e para Natal é outra confirmação destas palavras. Sabemos do que somos capazes, mas não elencamos prioridades, assumindo de vez a nossa vocação e ponto final. De novo, os vizinhos já o fizeram e sabem onde concentrar energias. Sem essa referência, trabalhamos de forma desintegrada, pulverizando esforços e, com isso, tornamo-nos menos fortes.
Enquanto ignorarmos que time vitorioso joga unido, continuaremos pequenos. Pequenos e iludidos, aguardando sempre essa grande virada que não acontece. Essa transformação que se perde pelo caminho e encontra terreno fértil em lugares onde se olha pra frente. A eles, o mel. A nós, o fel. Amargor e retrovisor não rimam por acaso.
Rafael Motta, deputado federal (PSB/RN)
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