Em maio, as 5 Delegacia das Mulheres do RN tiveram 100% de produtividade
A intenção é deixar transparente o resultado dos esforços empreendidos por elas e suas equipes de policiais civis, demonstrando o empenho e a habilidade profissional para enfrentar a violência doméstica. Tudo isso apesar da completa ausência de políticas de investimentos em tais delegacias.
Apenas no mês de maio, as cinco DEAMs do Estado instauraram 251 inquéritos policiais, e remeteram a mesma quantidade à justiça, apontando um índice de produtividade de 100%. Além disso, foram encaminhadas 314 medidas protetivas à Justiça, amparando todas essas mulheres em situação de violência.
Mas as atividades das equipes não se restringiram ao trabalho investigativo e repressivo de violências de gênero. As delegadas comandaram projetos que visaram a obtenção de recursos para manutenção e reformas das delegacias, através de parcerias com o Poder Judiciário, Legislativo, prefeituras e empresários.
A Delegacia da Mulher de Parnamirim, por exemplo, está construindo a sala de atendimento humanizado e especializado (conhecida por Sala Lilás), para melhor atender as vítimas que procuram a unidade. A delegada Luana Faraj explica que a obra está sendo viabilizada através de projetos aprovados junto ao Juizado Especial Criminal. “Além de melhorar a infraestrutura da unidade policial, a construção da sala ainda trará benefícios às mulheres atendidas. Lá terão atendimento especializado em um ambiente voltado à humanização e redução dos índices de revitimização”, disse. O local será destinado a tomada de depoimentos, e ainda para o atendimento das psicólogas.
A DEAM Zona Norte tem como delegada titular a Dra. Ana Alexandrina Gadelha. Ela ressalta que naquela unidade a equipe tem o perfil apropriado para trabalhar com o atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. “Todos têm preocupação com o acolhimento da mulher que nos procuram. Tanto que os próprios agentes colocaram na sala de espera das mulheres brinquedos e mesinhas, para as crianças brincarem e desenharem enquanto aguardam o depoimento de suas mães.
A presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do RN (ADEPOL/RN), Paoulla Maués, reconhece a competência e dedicação das delegadas e de todos os policiais civis integrantes dessas delegacias. Segundo ela, as DEAMs têm contribuído para desenvolver uma nova prática de segurança pública, unindo trabalho policial de qualidade, atendimento especializado e prevenção junto à comunidade.
Todavia, ela ressalta que pela sua importância, as políticas públicas de segurança destinadas às mulheres deveriam ser voltadas ao fortalecimento das DEAMs, com a constante capacitação de seus profissionais, reaparelhamento, reforma e construção de delegacias. “Infelizmente isso não é visto. Aliás, nos últimos anos é possível comprovar que não houve uma política de investimentos voltada para as DEAMs ou qualquer outra delegacia. Os governos têm praticamente abandonado a Polícia Civil, ficando a cargo dos delegados e suas equipes, a tarefa incessante de elaborar projetos, buscar recursos e promover parcerias, para que um serviço mínimo seja ofertado a sociedade”.
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