Ensino integral cresce no RN, mas enfrenta desafios estruturais nas escolas

O ensino integral no Rio Grande do Norte vem registrando avanços expressivos, segundo dados do Censo Escolar 2024. Em apenas dois anos, as matrículas no ensino fundamental com jornada ampliada passaram de 7,3% para 13,5% no estado, enquanto no ensino médio, o índice subiu de 14% para 18,3%. Ao todo, são 248 escolas estaduais que já adotam esse modelo, representando 36% da rede estadual. A meta, de acordo com a Secretaria de Educação do Estado (SEEC), é ampliar ainda mais esse número até 2026.

O salto nas matrículas, que saltaram de pouco mais de 10 mil em 2019 para quase 35 mil em 2025, reflete o investimento em políticas públicas de educação e na adesão ao Programa Escola em Tempo Integral, do Ministério da Educação. Com recursos federais e estaduais, o estado vem investindo em infraestrutura, equipamentos e formação de professores. Em Natal, a Escola Estadual Winston Churchill é um dos destaques, com atividades que vão além do currículo tradicional, incluindo arte, esportes e iniciação científica.

No entanto, apesar dos avanços, o modelo ainda enfrenta desafios significativos. Na zona Norte de Natal, a Escola Estadual Alceu Amoroso Lima começou 2025 funcionando em tempo integral, mas sem a infraestrutura prometida. Em obras há mais de um ano, a unidade continua funcionando de forma improvisada em outro prédio, com salas sem climatização e falta de espaço para descanso dos alunos. Estudantes e professores reconhecem os ganhos pedagógicos do novo modelo, mas alertam para os limites impostos pela precariedade da estrutura.

A SEEC informou que a obra da escola deve ser concluída até o fim de junho e que o investimento total é de cerca de R$ 1,2 milhão. A escola, que há mais de 40 anos não recebia uma grande reforma, deve ganhar uma nova rede elétrica, climatização das salas, reforma nos banheiros e até uma quadra. Enquanto isso, a equipe da Alceu Amoroso Lima segue unida para garantir o funcionamento do ensino integral, mesmo em condições adversas. Como resume o coordenador Reinan França: “Tudo isso só é possível por amor à educação”.

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