FBI divulga imagens da arma usada em atentado contra Trump e explosivo encontrado no carro do atirador
O FBI, a polícia federal americana, divulgou imagens da arma usada por Thomas Crooks no atentado contra o candidato à Presidência dos EUA, Donald Trump, em julho. A agência ainda investiga as circunstâncias em torno do ataque, um dos mais graves ocorridos no país em décadas, e que ressaltou falhas nos modelos de segurança de autoridades no país. Mas o inquérito ainda tem um grande ponto de interrogação: o que levou Crooks a atirar contra o republicano?
— Até este momento momento, o FBI não identificou um motivo nem quaisquer co-conspiradores ou associados de Crooks com conhecimento prévio do ataque — disse, na abertura de entrevista coletiva, Robert Wells, iretor assistente executivo do Departamento de Segurança Nacional do FBI. — E quero ser claro: não vimos nenhuma indicação que sugira que Crooks foi direcionado por uma entidade estrangeira para conduzir o ataque. Como sempre, continuaremos a seguir todos os passos investigativos lógicos nesta investigação em andamento e não descartamos nada neste momento.
Em seguida, o FBI divulgou imagens da arma: um fuzil modelo A-15, calibre 5.56x45mm/.223, fabricado pela empresa DPMS – Panther Arms, além de uma coronha retrátil e uma mira ótica. Também foram reveladas imagens de uma mochila, usada para transportar as armas, e de dois explosivos improvisados encontrados no porta-malas do carro do atirador.
“O receptor para detonação remota estava na posição ‘desligado’; os dispositivos apresentavam vários problemas na forma como eram construídos”, apontou o FBI. Anteriormente, investigadores afirmaram que o plano de Crooks envolvia usar os explosivos para fugir depois de atirar no ex-presidente. Um detonador foi encontrado perto do corpo do atirador, que foi morto depois de efetuar os disparos.
No dia 13 de julho, durante um comício ao ar livre em Butler, na Pensilvânia, Donald Trump foi atingido de raspão por uma bala de fuzil semiautomático tipo AR-15 na orelha, provocando um sangramento local, mas sem risco à sua vida. Uma pessoa que estava na plateia, o bombeiro Corey Comperatore, foi morto, além do atirador, Thomas Crooks, de 20 anos. O ataque provocou a queda da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, levou à criação de uma comissão bipartidária no Congresso, e foi usado por Trump e seus apoiadores, de forma quase messiânica, para impulsionar sua campanha à Casa Branca durante a Convenção Nacional Republicana, iniciada dias depois.
Durante a entrevista coletiva, Kevin Rojek, agente do escritório do FBI de Pittsburgh, confirmou que Crooks mantece “um esforço detalhado e sustentado para planejar um ataque a algum evento, o que significa que ele analisou qualquer número de eventos ou alvos” — no mês anterior ao atentado, ele fez cerca de 60 buscas relacionadas a Trump e ao presidente, Joe Biden, incluindo sobre as datas das Convenções Nacionais dos dois partidos.
A decisão foi tomada no começo de julho, quando o republicano confirmou o comício em uma zona rural da Pensilvânia, em Butler. Segundo o agente, Crooks já havia feito buscas sobre a agenda de campanha do ex-presidente no estado em setembro de 2023, muito embora ele não tenha expressado simpatia por qualquer ideologia ou linha partidária.
— O indivíduo se registrou para participar do comício e, no mesmo dia, ele pesquisou especificamente por “Quão longe [Lee Harvey] Oswald estava de [John] Kennedy?”, “De onde Trump falará no Butler Farm Show”, “Palanque do Butler Farm Show” e “Fotos do Butler Farm Show” — Rojek explicou. — E em 10 de julho, ele pesquisou “clima em Butler”.
Na entrevista coletiva, Wells disse que a investigação continuará até que todos os detalhes desse ataque sejam esclarecidos.
— Nosso objetivo ao longo deste processo foi, e continua sendo, transparência, e é por isso que concordamos em compartilhar proativamente novas informações à medida que elas vêm à tona. Também temos cooperado com a força-tarefa bipartidária do Congresso e as revisões independentes em andamento do ataque, e estamos comprometidos em trabalhar em estreita colaboração com cada uma dessas equipes e ser o mais transparentes possível. — disse o representante do FBI.
O Globo
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