Golpes com Inteligência Artificial ameaçam consumidores na Black Friday: saiba como se proteger

A Black Friday, uma das datas mais aguardadas pelos consumidores brasileiros, também se tornou terreno fértil para criminosos que utilizam ferramentas avançadas, como a Inteligência Artificial (IA), para aplicar golpes. Segundo levantamento da Branddi, empresa especializada em proteção de marcas, o Brasil já registrou mais de mil sites fraudulentos relacionados ao evento até o período de “esquenta”. Esse número é três vezes maior do que o observado no mesmo período de 2023.

Entre as táticas mais comuns estão anúncios falsos, sites clonados e até vídeos deepfake com influenciadores, criados para dar veracidade às promoções fraudulentas. Segundo Gustavo Mariotto, CSO da Branddi, essa prática, chamada Brand Impersonation, consiste na réplica digital da identidade de marcas para enganar consumidores.

“Além de prejudicar o consumidor, essas ações afetam as empresas, causando prejuízos financeiros, impacto na reputação e sobrecarga no atendimento ao cliente”, afirma Mariotto.

Como identificar golpes

De acordo com o especialista em segurança Rodrigo Jorge, há sinais que ajudam a identificar anúncios e sites fraudulentos:

Anúncios pagos com preços irreais: Criminosos costumam promover ofertas muito abaixo do valor de mercado para atrair vítimas.

Domínios falsos: Endereços de sites maliciosos podem ser semelhantes aos originais, mas com pequenas alterações, como “tribudanorte.io” em vez de “tribunadonorte.com.br”.

Correntes via WhatsApp e redes sociais: Mensagens compartilhadas em massa com links duvidosos são outra tática comum.

O que fazer em caso de golpe

Se o consumidor for vítima de fraude, é essencial agir rapidamente:

1. Cancelar cartões de crédito: Entre em contato com a instituição financeira para bloquear o uso.

2. Registrar um boletim de ocorrência (BO): Isso é fundamental para formalizar a denúncia.

3. Tentar estorno ou devolução: Para compras via cartão, acione a operadora para solicitar o estorno. No caso de PIX, peça a ativação do Mecanismo Especial de Devolução no banco.

O papel das empresas

Para proteger suas marcas e clientes, as empresas devem monitorar o uso indevido de seus nomes, logotipos e domínios. Além disso, é importante solicitar a remoção de conteúdos falsos assim que forem identificados.

No entanto, plataformas como Google e Meta enfrentam dificuldades para barrar anúncios fraudulentos. “Essas empresas acabam até se tornando cúmplices, já que lucram com anúncios pagos que facilitam a prática de crimes”, critica Jorge, que também defende uma legislação mais rígida para proteger consumidores nesse cenário.

Segmentos mais afetados

O estudo da Branddi aponta que os setores de moda e vestuário (30,2%), e-commerce e marketplaces (25,1%) e suplementos (14,3%) são os mais impactados pelas fraudes.

“Os criminosos replicam layouts e elementos gráficos das páginas oficiais, adicionando preços irresistíveis e vídeos deepfake, o que confunde os consumidores e aumenta o risco de golpes”, alerta Mariotto.

Dicas para evitar fraudes na Black Friday

1. Desconfie de preços muito baixos: Verifique se a promoção está disponível no site oficial da marca.

2. Cheque a URL: Confirme se o endereço do site é legítimo antes de fornecer informações pessoais ou financeiras.

3. Use métodos de pagamento seguros: Priorize cartões virtuais ou sistemas que oferecem proteção contra fraudes.

4. Acesse sites oficiais: Evite clicar em links recebidos por redes sociais ou mensagens de texto.

Com prevenção e atenção, consumidores podem aproveitar as promoções da Black Friday de forma segura e evitar transtornos causados por golpes cada vez mais sofisticados.

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