Guerra entre facções criminosas aumento números de assassinatos em João Pessoa
Uma guerra entre facções criminosas tem sido apontada como uma das principais causas para o aumento do número de assassinatos na Grande João Pessoa, de acordo com a Polícia Civil, que investiga ações criminosas nas cidades de Bayeux, Cabedelo e também na capital.
Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam crescimento das mortes em Bayeux, Cabedelo e e João Pessoa. A cidade de Cabedelo se destaca no comparativo entre 2022 e 2023, com um crescimento de 377% de um ano para o outro, com 52 assassinatos. Bayeux teve aumento de 19,4%, com 79 mortes entre os dois anos; João Pessoa apontou crescimento de 14,29%, com 375 assassinatos.
Os três primeiros meses de 2024 também apontam avanço da violência: 55 mortes foram registradas em João Pessoa; 21 em Cabedelo e 18 em Bayeux. As três cidades são alvo de uma facção criminosa que tem origem no Rio de Janeiro.
De acordo com a Polícia Civil, o Comando Vermelho se instalou nesta região da Paraíba e conquistou como aliada a facção conhecida como Estados Unidos. O objetivo é o comando do tráfico de drogas nas cidades da região metropolitana. Para isso foi iniciada uma guerra contra outro grupo criminoso: a Nova Okaida.
Essa disputa territorial pelo tráfico é alvo da polícia. O delegado Diego Garcia explicou que a facção que chegou recentemente ao estado tenta impor um estado de cometimento de diversos crimes, após eventual substituição no comando do tráfico.
“A facção que tenta hoje o predomínio aqui na Paraíba atua em um primeiro momento em forma de combate. O objetivo deles é justamente eliminar a facção com maior poderio até o momento, mas a partir do instante em que eles estabelecem essa predominância começam a realizar diversos outros crimes. Começam por essas expulsões de moradores pelas cobranças indevidas e até mesmo os crimes de tráfico de drogas e homicídios que são os mais característicos”, avaliou o delegado.
Além disso, Diego García elencou também quais tipos de crimes são corriqueiramente cometidos por essas facções na briga pelo comando do crime na região metropolitana de João Pessoa.
“Eles atuam com a expulsão de moradores que às vezes não tem relação com o mundo do crime, mas apenas porque alguns dos seus familiares têm essa relação. Ou seja, eles apenas querem aquele espaço usado pela família. Além de entrarem em constante guerra, tanto com policiais como com outros integrantes, o que faz por vezes inocentes serem atingidos”, ressaltou.
O delegado citou também, como exemplo, o ataque ao ônibus que ocorreu em João Pessoa, no ano passado. De acordo com a polícia, o crime foi planejado pelo Comando Vermelho para incriminar a facção paraibana Okaida e tentar forçar as forças de segurança a transferirem o chefe rival para um presídio fora do estado, com objetivo de enfraquecê-la.
“Aquele ataque ao ônibus, um ataque cruel, violento, que infelizmente resultou na morte do motorista daquele coletivo, foi mais uma ação criminosa por parte desse grupo, que teve como objetivo justamente intimidar as forças de segurança”, disse.
Com informações do G1PB
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