Guerra Urbana deixa cinco policiais mortos em Dallas durante protesto contra violência racial
Cinco policiais foram mortos a tiros na madrugada de quinta para sexta-feira durante uma manifestação contra a violência policial em Dallas (Texas). O barril de pólvora explodiu após o assassinato de dois homens negros por policiais num intervalo de 48 horas, em ações extremamente violentas e gravadas em vídeos que se tornaram virais e desataram a indignação popular. Segundo a nota da Polícia de Dallas, há também seis agentes feridos, sendo dois deles em estado “crítico” e outros dois passando por cirurgias.
Os policiais foram abatidos por dois franco-atiradores posicionados numa posição elevada. A polícia saiu em busca dos atiradores e pediu ajuda dos moradores da região. Três pessoas foram detidas. Um dos suspeitos se entrincheirou no estacionamento de uma escola de formação profissional perto do local dos disparos. Segundo vários veículos da imprensa local, esse homem foi abatido. Antes, ele ameaçou matar mais agentes e detonar bombas, segundo o chefe de polícia de Dallas, Mike Brown. “Ele disse aos nossos negociadores que o final se aproxima, que ele vai se machucar e vai matar outros de nós. Além disso, acrescentou que há bombas no estacionamento e na escola”, afirmou Brown à imprensa.
Em sua conta do Twitter, o departamento de polícia de Dallas foi atualizando a sinistra contagem de mortos. À 0:20 (hora local; 22h20 em Brasília), a quarta vítima fatal foi anunciada. “Com o coração partido, informamos, desolados, que um quarto agente morreu”, dizia a mensagem. A onda de violência pode ter consequências imprevisíveis no Texas, um dos Estados mais permissivos com a posse de armas. “Perdemos outro. Agente caído”, anunciou a Associação de Policiais de Dallas em sua conta oficial do Twitter, após elevar a cinco o numero de mortos.
“Nosso pior pesadelo aconteceu”, disse Mike Rawlings, prefeito de Dallas. “É um momento desolador.” A primeira vítima identificada é o agente Brent Thompson, de 43 anos, que entrou para a polícia local em 2009. Os agentes detiveram uma mulher num estacionamento perto da zona do tiroteio, além de dois outros indivíduos que circulavam pela autoestrada num automóvel Mercedes.
Paralelamente, a polícia divulgou pelo Twitter a foto de um suspeito, identificado como Mark Hughes, que se entregou “imediatamente” após ver sua imagem nas redes sociais, na qual usava roupa camuflada e portava um fuzil de assalto no ombro. Ele já foi posto em liberdade. “Assim que vi minha foto, parei um carro da polícia”, relatou Hughes à emissora CBS. Seu irmão mais novo, Corey Hughes, disse ao mesmo canal que Mark “poderia ter morrido porque alguém cometeu a irresponsabilidade de publicar a imagem dele no Twitter”. “Não fizemos nada além de cooperar com a polícia”, acrescentou.
Protestos e manifestações surgiram espontaneamente ao longo de todo o dia em diversas cidades depois da morte dos afro-americanos Philando Castile, em Minnesota, e Alton Sterling, na Louisiana. O tiroteio na concentração de Dallas despertou os temores de novos distúrbios generalizados como os que aconteceram há dois anos em Ferguson (Missouri), quando o jovem Michael Brown, de 18 anos, que estava desarmado, foi morto a tiros por um policial branco.
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