Investigado por CPI da Covid do RN, ex-secretário da BA pede para não depor
Foto: Reprodução/Site do Governo da Bahia
O ex-secretário chefe do Gabinete Civil da Bahia Bruno Dauster está tentando na Justiça a possibilidade de não comparecer à CPI da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
Investigado pela fraude na compra de respiradores por parte do Consórcio Nordeste à empresa Hempcare, o depoimento de Dauster e de mais quatro suspeitos de envolvimento em fraudes está marcado para a próxima semana. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, contudo, ainda não decidiu sobre o pedido de Dauster.
Em pedido de habeas corpus que ainda será julgado no Tribunal de Justiça potiguar, Bruno Dauster pede que seja dispensado do comparecimento obrigatório à reunião da CPI, agendada para a quinta-feira (4). Além disso, Dauster solicita que seja dispensado da assinatura de termo de compromisso de dizer a verdade, assim como cobra a garantia de estar acompanhado por advogado.
O pedido foi distribuído para o desembargador Ibanez Monteiro e está concluso para decisão.
No início de outubro, a Justiça potiguar concedeu ao secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, o direito de permanecer em silêncio, mas negou o pedido para que ele fosse dispensado de vir ao depoimento.
Investigação
Bruno Dauster foi apontado pela dona da empresa Hempcare, Cristiana Prestes Taddeo, que também será ouvida pela CPI da Covid, como a pessoa com quem ela fez as tratativas do contrato para a compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste, que gerou prejuízo próximo a R$ 50 milhões aos nove estados da região. O Rio Grande do Norte perdeu R$ 4,8 milhões.
Em depoimento à Polícia Civil, Cristiana Prestes Taddeo acusou Bruno Dauster de ter sugerido um aditivo contratual para que fosse aumentado o valor dos equipamentos. O ex-secretário, contudo, afirma que é inocente de todas as acusações.
CPI
Na reunião da CPI da Covid da quinta-feira (28), o presidente da comissão, deputado Kelps Lima (Solidariedade), informou que na quarta-feira da próxima semana serão ouvidos os empresários Cristiana Tadeu e Luiz Henrique Ramos, sócios da empresa Hempcare, que recebeu R$ 48 milhões por venda de ventiladores pulmonares do Consórcio Nordeste e que não repassou os equipamentos. Eles serão ouvidos na condição de investigados e, até o momento, está confirmada a participação de ambos na reunião da CPI.
Para a quinta-feira, as oitivas serão do ex-secretário chefe do Gabinete Civil do Governo da Bahia, Bruno Dauster, e o irmão dele, Jório Dauster, também sobre a compra dos respiradores. Além deles, o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, será ouvido para prestar esclarecimentos sobre um repasse realizado em respiradores pela empresa Hempcare ao município do interior paulista. A doação seria de equipamentos avaliados, ao todo, em R$ 4,2 milhões.
“É importante explicar à sociedade que todos os convocados sobre o contrato do Consórcio Nordeste tentaram não vir. O secretário-executivo, Carlos Gabas, que é pago com dinheiro do contribuinte do Rio Grande do Norte, veio e permaneceu em silêncio”, disse Kelps.
Ainda segundo o presidente da CPI, o empresário Jório Dauster já teve um adiamento para depoimento concedido e ele tenta, mais uma vez, modificar a data do depoimento, que não foi permitido. A comissão já emitiu a passagem e, de acordo com Kelps Lima, já estão sendo tomadas medidas para a realização de condução coercitiva caso seja necessário.
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