Jovem é atropelado e morto por carro de luxo na BR-230; “vai pagar”, ameaça pai
Erivaldo Araújo, pai de Marcelo da Silva, jovem morto após ser atropelado por uma BMW na BR-230 em Cabedelo, na segunda-feira (17), garantiu que vai buscar justiça pela morte do filho. “Sei que a vida do meu filho não vai voltar, mas ele [o motorista] vai ter que pagar pelo que fez. Não quero saber se ele tem dinheiro, eu vou até o fim. Se eu tivesse batido em algum parente dele, eu seria processado por ele”, completou o pai do jovem garçom.
O acidente que deixou o garçom de 20 anos morto foi registrado no início da noite de segunda-feira (17), no km 3,8 da rodovia federal. Segundo testemunhas informaram à Polícia Rodoviária Federal (PRF), o carro de luxo envolvido no acidente seguia em alta velocidade, acima dos 80km/h permitidos como limite na rodovia federal. Marcelo da Silva foi arremessado, não resistiu ao impacto e morreu no local.
O pai do garçom, após prestar depoimento na delegacia, disse que ainda estava abalado com o acidente. “Estou abalado, era um menino jovem, cheio de sonhos. Acontece uma tragédia dessas por conta de um irresponsável”, comentou. O irmão de Marcelo, Márcio da Silva, relatou que o garçom tinha o sonho de ser cozinheiro e trabalhar em navio, viajando o mundo.
“[É uma] tristeza para toda a família. Era trabalhador, não mexia com ninguém. Era do trabalho para casa e de noite fazia o curso no IFP [Instituto Federal da Paraíba] em Cabedelo. Queria ser cozinheiro, embarcar”, comentou a tia de Marcelo, Ana Lúcia do Nascimento.
Ela afirmou que pessoas que estavam no local no acidente viram o carro envolvido no acidente fazendo racha na rodovia. “O carro vinha fazendo pega, sem placa, sem nada. Bateu nele e jogou ele lá fora. A gente só pede justiça. O que a gente quer é justiça”, comentou. Os moradores da área próxima ao acidente ficaram revoltados com a morte do jovem e fecharam parte da rodovia. Nas imagens gravadas por celular, é possível ouvir barulhos semelhantes a tiros e algumas pessoas correndo em seguida.
Motorista foi liberado
O motorista do carro de luxo, o empresário Antônio Gerbase Neto, de 34 anos, foi encaminhado para o Distrito Integrado de Segurança Pública (Disp) de Manaíra, para prestar depoimento. A delegada Deiby Ismael informou que a princípio o empresário deve responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O empresário e o advogado dele não quiseram falar sobre o caso.
Em seu depoimento, o motorista afirmou que o jovem ficou paralisado no momento em que viu o carro e o impacto foi inevitável por conta do trânsito. “Ele falou que estava se dirigindo à residência da mãe, em Camboinha, quando de repente ele viu que a vítima estava puxando a bicicleta. Quando viu o carro, a vítima ficou paralisada, sem ação e ele ficou sem ter como evitar o acidente devido ao trânsito. Então foi inevitável a colisão”, comentou Deiby Ismael.
Na delegacia se recusou a fazer o teste do bafômetro, embora segundo a delegada, o empresário não apresentasse sinais de embriaguez. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), rejeitar ser submetido ao teste é considerado uma infração de trânsito. O empresário deve ser multado, ter a carteira de habilitação apreendida e pode ter o direito de dirigir suspenso. O fato do empresário estar dirigindo um veículo sem licenciamento, é considerado um ato infracional gravíssimo.
Antônio Gerbasi Neto foi autuado em flagrante e liberado após pagamento de fiança. A delegada informou que não vai divulgar o valor da fiança. A investigação continua, ele vai continuar respondendo o processo em liberdade. O inquérito será encaminhado para a 7ª Delegacia Distrital de Cabedelo, para o delegado Isaías Olegário, que tem trinta dias para concluí-lo. O carro de luxo envolvido no acidente vai ficar apreendido na Central de Polícia, em João Pessoa.
De acordo com a delegada Roberta Neiva, se confirmada a alta velocidade do veículo, o crime de trânsito não necessariamente se transforma em homicídio doloso. “A característica principal do crime culposo é você agir de maneira imprudente, negligente ou imperita. Então se ele estava em velocidade acima do permitido, há uma imprudência, mas isso não alça necessariamente a um crime doloso pelo dolo eventual. É importante que as pessoas entendam que há uma legislação própria que permite instrumentos como, por exemplo, a fiança”, disse
G1PB
1 Comentário
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francisco
out 10, 2016, 5:59 pmbem, se o pai fo espera a justiça o filho dele que morreu ira ser torna so mais uma estatística de acidentes de transito… a unica lei que e justa nesses caso e olho por olho dente por dente. ” assim como o motorista disse que o garoto se assusto quando vio o carro e a batida foi inevitável” ai eu pergunto ( se o pai mete um belo tiro em um familia desse motorista e justifica ele miro na perna e acerto na cabeça deve ser solto tambem… a justiça que vale e olho por olho dente por dente…