Mãe e filho dizem que pai insistiu que garoto dormisse em presídio no Piauí
Em depoimento à polícia, a mãe e o garoto de 13 anos, que foi encontrado dentro da cela de um preso condenado por estupro de vulnerável na Colônia Agrícola Major César de Oliveira, no município de Altos (região metropolitana de Teresina), disseram que o pai do adolescente insistiu para que o jovem pernoitasse no local e prometeu que no dia seguinte o pegaria, durante o horário de visitas. O pai, porém, declarou que foi o menino que pediu para dormir no local.
O adolescente passou o dia na unidade prisional junto com os pais, Sebastiana da Silva Rodrigues Gomes, 46, Gilmar Francisco Gomes, 49, três irmãos, de 8, 12 e 13 anos, e o preso José Ribamar Pereira Lima, 52, no alojamento 1 e nas proximidades da horta da colônia agrícola.
Segundo a polícia, Sebastiana e o garoto contaram que a família foi em três bicicletas para a colônia agrícola. Eles chegaram por volta das 9h20 do sábado (30) e saíram ao final do horário de visitas, às 16h. Mãe e filho disseram que o pai do menino insistiu para que ele dormisse no presídio.
Sebastiana relatou que o filho não queria ficar no presídio e que “só ficou por insistência do pai”. A mãe do garoto disse ainda que foi contra deixar o filho no alojamento com o preso, mas, devido à insistência do marido, acabou cedendo.
O menino contou à polícia que o pai pediu para ele ficar na companhia do preso Ribamar, mas ele não queria ficar. De acordo com o depoimento, o adolescente disse que o pai afirmou que o irmão dele, de 8 anos, também iria dormir no presídio.
A criança se negou a ficar e os outros irmãos chamaram o adolescente para ir embora. Mais uma vez, o pai insistiu para o adolescente ficar na companhia de Ribamar “dizendo que era melhor que ficasse para não dar trabalho de trazê-lo no dia seguinte”. Com o pai irredutível, o adolescente ficou sozinho e a família foi embora.
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Ele disse que jantou, assistiu televisão e dormiu ao lado de Ribamar, por volta das 22h do sábado, e por volta de 1h do domingo (1º) foi acordado pelo preso para que ele se escondesse embaixo da cama porque os agentes penitenciários estavam fazendo revista no alojamento.
O menino foi encontrado por agentes penitenciários quando levantaram o colchão e disse que ficou atordoado com a situação inesperada.
O exame de conjunção carnal e de corpo delito realizado no garoto pelo IML (Instituto Médico Legal) de Teresina, além do depoimento do adolescente, não apontaram a ocorrência de abuso sexual durante o período que ele ficou na colônia agrícola.
Pai diz que filho pediu para ficar
Em depoimento, o pai Gilmar afirmou que deixou o filho no presídio porque o menino pediu para ficar e, mesmo com a negativa da mãe, o pai liberou a pernoite do adolescente na unidade prisional.
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