“Megafederação” do Centrão deve intensificar pressão sobre o governo em 2024
A formação de uma “megafederação” no Congresso Nacional, unindo partidos do Centrão, promete aumentar a pressão sobre o governo federal a partir do próximo ano. A previsão é que a aliança seja oficializada após a escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2024.
Se consolidada, a federação contará com 151 deputados e 17 senadores, tornando-se a maior força política da Câmara dos Deputados, ultrapassando o Partido Liberal (PL), que atualmente possui 95 parlamentares.
O movimento acende um alerta no Palácio do Planalto. Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhecem a necessidade de estreitar laços com o grupo, que pode se tornar peça-chave para a governabilidade e para as votações de projetos estratégicos no Legislativo.
Relação com o governo
Hoje, partidos que devem compor a federação já possuem espaço na Esplanada dos Ministérios: o União Brasil ocupa três pastas, enquanto PP e Republicanos têm uma cada. Apesar disso, analistas indicam que a federação pode exigir maior protagonismo no governo em troca de apoio mais consistente.
Integrantes do governo avaliam a possibilidade de redesenhar ministérios e ajustar acordos políticos para atrair lideranças do grupo. O objetivo é garantir um cenário de estabilidade legislativa e minimizar riscos de derrotas em votações importantes no Congresso.
Impacto nas eleições de 2026
Além das negociações de curto prazo, o movimento também tem implicações eleitorais. O governo busca fortalecer alianças visando a próxima disputa presidencial. Um eventual alinhamento com a megafederação pode ampliar o palanque de Lula em 2026, ao mesmo tempo que reduziria o espaço de adversários dentro do Centrão.
Embora o governo trate o movimento com cautela, a formação da megafederação evidencia a reorganização das forças políticas no Congresso, reafirmando o papel do Centrão como um dos principais protagonistas da articulação política em Brasília.
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