Mulheres terão tratamento especial na hora de se aposentarem
As mulheres são maioria no Brasil. No ano passado, com mais de 208 milhões de pessoas no País, elas representavam mais da metade da população, com 50,65% contra 49,35% dos homens. De acordo com dados do IBGE, a expectativa é de que, em 2030, o número de mulheres pule para 50,87%.
A expectativa de vida da população feminina também é maior do que a masculina. Em 2016, quando a idade média brasileira ficou em 75,8 anos, a da mulher chegou a 79,4 anos. Mas mesmo com diferença nessa expectativa, o Brasil ainda é um dos poucos países que não tem estipulada uma idade mínima para aposentadoria.
Com a proposta da reforma da Previdência, prevista para ser votada ainda em fevereiro no Congresso, o Brasil contaria com uma mudança. O financista Marcos Melo explica qual é e garante que as mulheres não seriam prejudicadas com as alterações.
“A principal diferença é realmente quanto à idade mínima, que, apenas após 20 anos – veja, é gradualmente – e só depois de 20 anos, as mulheres se aposentarão aos 62 anos e os homens com 65 anos.”
Inicialmente, o texto da reforma prevê que as mulheres comecem com a idade mínima de 53 anos, chegando até 62 em 2038. Segundo dados da Fazenda, as mulheres terão tratamento especial com a reforma, já que elas têm maior expectativa de vida e podem aproveitar o benefício por mais tempo. Marcos Melo comenta que acha justo que haja uma diferenciação na idade entre homens e mulheres no Brasil, mesmo que em outros países haja equiparação.
“Realmente, nos parece justo que as mulheres tenham uma idade inferior à dos homens para se aposentar no momento, pois leva-se em consideração que a mulher, de modo geral, tenha uma dupla jornada de trabalho. Então, além de estar empregada, ter alguma outra atividade que gere renda, culturalmente falando ela ainda cuida da casa e dos filhos, tendo, assim, uma carga maior de esforço em relação ao homem.”
Segundo a Pnad, as mulheres ainda dedicam o dobro de tempo com cuidados domésticos em relação aos homens. Em 2016, elas trabalharam quase 21 horas semanais contra 11 horas deles.
Reportagem, Jalila Arabi.
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