Na Globo, Bolsonaro tem embate com Renata Vasconcellos sobre igualdade salarial
São Paulo – Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo Partido Social Liberal (PSL), protagonizou um embate com Renata Vasconcellos nesta terça-feira (28) no Jornal Nacional.
O candidato foi questionado pela jornalista sobre declarações anteriores em que minimizou a importância da desigualdade salarial entre homens e mulheres.
Bolsonaro perguntou primeiro se ela tinha “lido, vido ou ouvido” essa declaração. Ela disse que “viu e ouviu” e ele retrucou: “Me desculpe, a senhora não ouviu”.
O candidato também questionou sobre jornalistas receberem como pessoa jurídica e sobre a possibilidade de Renata receber menos que Bonner apesar deles serem ambos âncoras.
Renata negou o foco colocado sobre ela, respondendo que “como contribuinte ajudo a pagar o seu salário” e que “o meu salário não diz respeito a ninguém”. Ela completou que jamais aceitaria ganhar menos que um homem na mesma função.
O candidato também foi questionado sobre sua homofobia, seu recebimento de auxílio-moradia, seu possível ministro Paulo Guedes, direitos trabalhistas e declarações do seu vice.
A já tradicional série de sabatinas, que começou nesta segunda-feira com Ciro Gomes (PDT), continua com Geraldo Alckmin na quarta-feira (29) e Marina Silva na quinta-feira (30).
A ordem foi determinada por sorteio e foram convidados, segundo a emissora, “os principais candidatos da pesquisa da semana anterior que estejam aptos para estar presencialmente no estúdio”.
Isso já exclui, por definição, o candidato líder nas pesquisas: Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, que está preso desde abril.
Todos os candidatos agendados também devem ser, em seus respectivos dias, entrevistados um pouco mais tarde, às 22 horas, pelo programa Central das Eleições, transmitido pela Globo News.
Veja como foi a cobertura ao vivo de EXAME:
20h58 – Bonner perguntou sobre declarações do vice do candidato, o general Hamilton Mourão, sobre a imposição que os “militares” poderiam dar para resolver uma crise institucional
Bonner disse que a história e os livros mostram que houve um golpe militar em 1964.
Bolsonaro “No meu entender, foi um alerta que ele deu, deixo os historiadores pra lá, fico com Roberto Marinho” e repetiu o que o fundador das Organizações Globo disse na época a favor do golpe.
20h50 – Renata pergunta sobre homofobia do candidato, por declarações de que “vizinho gay desvaloriza imóvel” e que preferia perder um filho a que ele fosse gay, entre outras
Bolsonaro repetiu sobre sua mobilização contra o “Kit Gay” de educação sexual nas escolas. Renata questionou porque ele precisava fazer declarações tão ofensivas para defender seu ponto de vista.
Pressionado pelos entrevistadores por não ter respondido à pergunta, ele disse que “Tem muito gay que é pai e é mãe e concorda comigo. Peço até desculpas mas foi um momento de temperatura alta”.
20h48: Bonner pergunta sobre quais direitos trabalhistas ele tiraria da CLT, diante de sua promessa de ter duas carteiras de trabalho paralelas com direitos diferentes
“O salário hoje é muito pra quem paga e pouco pra quem recebe”, disse Bolsonaro, dizendo para Bonner “não jogar para o candidato a responsabilidade”.
Ele perguntou porque Bolsonaro votou contra a PEC das Domésticas. Ele disse que a lei levou pessoas que faziam trabalhos domésticos a serem diaristas.
O candidato também perguntou para Bonner sobre dar todos os direitos trabalhistas para os militares: “Você seria favorável?” e já completou: “Eu sei que o entrevistado sou eu”.
20h42 – Renata Vasconcellos pergunta sobre declarações do candidato minimizando a importância da desigualdade salarial entre homens e mulheres e que “não empregaria mulheres com os mesmos salários que homens”
Bolsonaro perguntou primeiro se ela tinha “lido, visto ou ouvido” essa declaração. Ela disse que “viu e ouviu” e ele retrucou: “Me desculpe, a senhora não ouviu”.
O candidato levantou a questão de Renata supostamente receber menos que Bonner apesar deles serem ambos âncoras do jornal.
Renata desviou o foco colocado sobre ela, respondendo que “como contribuinte ajudo a pagar o seu salário” e que “o meu salário não diz respeito a ninguém”. Ela completou que jamais aceitaria ganhar menos que um homem na mesma função.
20h38 – Bonner pergunta se Bolsonaro não poderia ficar “refém” de Paulo Guedes
Paulo Guedes é apontado frequentemente como possível superministro de Bolsonaro para a Economia, já que o candidato tem uma autodeclarada falta de conhecimento sobre o tema
Bolsonaro disse que parte do princípio de “tenho que confiar nele como tenho que confiar no meu ministro de Justiça, Defesa, agronomia, entre outros”, disse Bolsonaro.
Bonner fala que é um conceito de gestão que não se pode contratar alguém que não pode ser demitido e que é impossível garantir que um subordinado fique até o final do mandato.
Ele citou uma situação hipotética: o que Bolsonaro faria se houvesse uma divergência em que Guedes ameaçasse sair se ele não fizesse o que ele gostaria? “Até o momento da nossa separação nós não pensamos em uma mulher reserva”, disse o candidato.
Ele completou que duvida “pelo que conheço de Paulo Guedes que esse divórcio venha a acontecer”, mas que “se porventura vier a acontecer, pode ter certeza que não será por um capricho meu ou dele”.
20h37 – Renata pergunta sobre a moralidade do uso de auxílio-moradia pelo candidato
Renata Vasconcellos perguntou “o que há de novo em um candidato que defende a moralidade mas só volta atrás quando é cobrado”, em relação ao auxílio moradia que recebeu quando era deputado e que só passou a dispensar em março deste ano.
Bolsonaro disse que mudou de apartamento porque precisava de um apartamento maior. Ele disse também que estava em um “cubículo” em Brasília, que usava os recursos para manutenção como pagar IPTU, condomínio e com isso “ficava quase no zero a zero”. Hoje ele disse morar em um apartamento funcional, outra opção disponível para os parlamentares.
20h34 – Entrevista começa com pergunta sobre “velho e novo” na política
William Bonner começou a entrevista falando sobre “o velho e o novo na política”. Ele perguntou como Bolsonaro pode se apresentar como novidade se está há 27 anos no Congresso, com sua família tendo feito da política uma profissão.
“Minha família é limpa na política, sempre integrei o baixo clero”, disse Bolsonaro. Ele disse que “manteve a linha” e que “ser honesto não é virtude, é obrigação”.
20h31: Jair Bolsonaro é recebido no estúdio
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