‘Não sou uma pessoa dura, sou honesta’, afirma Dilma e lembra de contas de Cunha no exterior
Em discurso neste sábado (7), em Palmas, a presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar que o processo de impeachment contra ela é um golpe e disse ser uma pessoa honesta. “Falam que eu sou uma pessoa dura. Eu não sou uma pessoa dura não, eu sou honesta, é diferente”, afirmou. “Eu não tenho contas no exterior, eu não recebi dinheiro de propina, eu não recebo dinheiro de corrupção.”
A presidente inaugurou a sede da Embrapa Pesca e Aquicultura na capital do Tocantins, ao lado da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, a única ministra do PMDB ainda no governo.
Sem citar diretamente seu possível sucessor, o vice-presidente Michel Temer, Dilma afirmou que seus adversários querem reduzir benefícios sociais, como os oferecidos nos programas Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família, e que querem “fazer economia com o dinheiro dos mais pobres”.
Ela ainda disse que o impeachment é uma tentativa de “eleição indireta”. “Se querem fazer um julgamento político do meu governo, recorram ao povo brasileiro, e não ao impeachment”.Ao finalizar o discurso, Dilma disse que irá “resistir até o fim”.
Antes de Dilma falar, Kátia Abreu fez um discurso e voltou a jurar lealdade à presidente, dizendo ter orgulho de fazer parte do governo. Ela também criticou antigos ministros, que teriam “virado as costas” e “traído” a presidente.
“Esses políticos, que até ontem eram ministros de vossa excelência, por cinco anos ministros do seu governo, participando do seu governo, que lhe viraram as costas na última hora, lhe traindo, lhe enfiando a faca nas costas. Mas usufruíram, foram parceiros dos acertos e dos erros, e agora estão correndo para o outro lado”, afirmou.
Impeachment avança no Senado
Segundo o site Uol, na última sexta-feira, os senadores da comissão que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff aprovaram por 15 votos a cinco o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), que pede a abertura do processo.
Na próxima quarta-feira (11), será realizada a sessão no Senado para que o parecer seja votado novamente, agora por todos os senadores no plenário, onde é preciso o apoio da maioria simples (41 votos, se os 81 senadores estiverem presentes).
Se a abertura de processo for aprovada no plenário, Dilma será afastada temporariamente do cargo, por até 180 dias ou até o fim do processo. Este período marca o início do julgamento de fato da petista. Até aqui, a Câmara e o Senado aprovaram apenas o início do processo.
Se condenada, Dilma perde o mandato e fica inelegível por oito anos.
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