No Ceará, profissionais da Segurança Pública usam caixões para denunciar 36 assassinatos
Trinta e seis caixões fúnebres expostos em praça pública. Sobre cada um deles a fotografia e o nome de um agente da Segurança Pública morto entre os anos de 2015 e 2016, no Ceará.
Esta foi a forma que entidades de defesa da classe policial encontrou para protestar diante da violência que atinge seus profissionais. Um recado direto ao governo do petista Camilo Santana. Apesar disso, a Imprensa local praticamente não cobriu o fato. Temor de perder a milionária verba publicitária estatal liberada pelo Palácio da Abolição.
O protesto realizado na tarde de ontem (12) na Praça Luíza Távora, Aldeota, havia sido programado há dias pelas associações de policiais e bombeiros civis e militares do Ceará , mas, coincidentemente, acabou acontecendo na mesma data em que mais um PM foi morto nas ruas de Fortaleza; o soldado do Ronda do Quarteirão, Samuel Davi Nogueira Moraes, 29 anos. O militar acabou baleado, na presença do filho, durante um assalto, em Parangaba. Socorrido ao hospital “Frotinha” do mesmo bairro, ele não resistiu aos cinco tiros disparados pelos bandidos.
Segundo a Polícia, o militar estava na companhia do garoto, e se dirigia em seu veículo ao terminal de Parangaba, onde iria buscar a esposa. Ao chegar na Rua Araripe Prata, foi abordado pelos assaltantes, que o obrigaram a entregar a seu carro. E assim, o PM fez. Mesmo assim, os assaltantes decidiram matá-lo. Mais tarde, o carro foi encontrado próximo a um shopping Center no mesmo bairro.
O soldado Samuel foi o 21º servidor da Segurança Pública do Ceará assassinado neste ano e o 36º na gestão do governador Camilo Santana, iniciada em janeiro de 2015.
Veja o balanço dos assassinatos de servidores da Segurança Pública entre 2015 e 2016:
2015
– 4 policiais civis
– 11 policiais militares
TOTAL = 15 mortos
2016
– 1 policial civil
– 18 policiais militares
– 2 agentes penitenciários
TOTAL = 21 mortos
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