Lula desperdiçou chance de cortar juros, diz Henrique Meirelles
O economista Henrique Meirelles, que dirigiu o Banco Central por quase uma década, tem um conselho para seu ex-chefe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: pare de falar sobre taxas de juros.
Meirelles, que comandou a autoridade monetária durante os dois primeiros mandatos de Lula, tornando-se o mais longevo chefe do Banco Central no país, afirma que no final do ano passado estavam dadas as condições para o BC começar a flexibilizar a política monetária – com expectativas de inflação convergindo para a meta e operadores apostando que um corte nas taxas poderia ocorrer já em março.
A situação mudou desde então. Por semanas, os economistas aumentaram constantemente as previsões de inflação para se ajustar aos planos de Lula de elevar os gastos sociais. O clima azedou completamente depois que o presidente questionou a necessidade de um Banco Central independente em uma entrevista na TV em 18 de janeiro, sugerindo também que a meta de inflação deveria ser maior para não impedir o crescimento econômico. Agora, os operadores do mercado não esperam um corte de juros antes de setembro.
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