E chegamos a este rombo por conta de uma corrupção desbragada. Corrupção que só alcançou níveis inimagináveis por conta da impunidade que até hoje insiste em se fazer presente por conta de tribunais que não julgam recursos de condenados que há muito deveriam estar atrás das grades. E em não punindo os corruptos o estímulo à prática da roubalheira continuará presente aumentando mais e mais o rombo.
Grande parte do rombo devemos à lerdeza do judiciário.
Acredito que este quadro de excessiva morosidade não se mantenha por muito tempo e em breve os corruptos começarão a cumprir penas merecidas. E em isto acontecendo uma diminuição na roubalheira acontecerá. Diminuição que já se percebe pela redução dos TED feito com pagamento na boca do caixa.
Estreitado o gargalho da corrupção o rombo crescerá bem mais devagar.
A partir do segundo semestre, opinião da maioria dos economistas, a produção vai crescer. E com o crescimento da produção o desemprego não continuará se agigantando. Mais empregos, mais produção, economia inicia uma fase de aquecimento que será a preparação para que decole em 2017.
Redução de despesas é que ainda continuará acontecendo de forma muito tímida.
É preciso que não apenas o governo federal reduza gastos. Os governos, em seus três níveis, não podem continuar mantendo cabides de empregos que afrontam aos que trabalham e produzem neste país.
Acabar com as mordomias existentes em todos os poderes é preciso. Fim de todos os penduricalhos. Fim de todas as leis que não passam de amparo a mordomias descabidas. O que acontece no Senado, Câmara Federal, Ministérios, Secretárias, Prefeituras e Câmaras de Vereadores é chocante. Fim da mordomia em todos os níveis e em todos os poderes. Que cada ocupante de cargo público banque as suas próprias despesas. Mas para fazer isto é preciso pulso firme. E pulso firme só pode existir num governo com amplo apoio popular, coisa que somente eleições gerais darão a quem se sentar na cadeira presidencial.
Conseguiremos aumentar a produção dentro de pouco tempo, Mas teremos que escolher entre redução de gastos, fim de todos os privilégios, ou aumento de impostos que nos empobrecerá ainda mais.
Ou todos se unem no combate à corrupção, via pressionar a justiça para que se torne menos morosa, ou seremos garfados através de novos tributos. Ou combatemos as mordomias e privilégios ou de pouco irá adiantar o aumento da produção. Produzir mais para pagar pensão a ex-governador, manter lei de mordomia, sustentar dotações orçamentárias e outras invencionices, que jogam nosso dinheiro no ralo do desperdício e da corrupção, levará o povo a um estado de revolta difícil de conter.
Que os nossos dirigentes pensem nisto. Ou a França de Luiz XVI não serviu de exemplo?
Inácio Augusto de Almeida
Jornalista