Moradores de Parnamirim lamentam aterramento do ‘Buraco Azul’
Conhecida como “buraco azul”, a lagoa de água na cor azul turquesa, que aflorou na cidade de Parnamirim, entre as escavações de uma obra de saneamento realizada da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), está sendo aterrada nesta terça-feira (14), após uma decisão da Prefeitura de Parnamirim que optou por ouvir e atender as recomendações de órgãos competentes como Caern, Igarn, Departamento de Geologia da UFRN e Idema. A decisão pegou os cidadãos parnamirinenses de surpresa e está gerando indignação nos moradores da região que há dias acompanhavam as notícias sobre o espaço com a esperança de que lá fosse construído um espaço de convivência, que pudesse atrair turistas e até gerar renda.
Tiago Antônio, mora no bairro Nova Esperança, e já estava habituado a caminhar no espaço com a filha, e desta vez foi ao local para ter certeza de que a notícia do aterramento era verdadeira.
“Disseram que ia ser um ponto turístico e a gente estava esperando. Agora vem isso aí, e não concordo, porque isso era para ser um espaço para nós – moradores do bairro. A sensação agora é de tristeza”, lamentou Tiago Antônio que confessou a expectativa de iniciar uma atividade comercial como meio de conseguir uma renda quando o prometido espaço turístico estivesse pronto: “eu já estava pensando em colocar alguma coisa para vender por aqui, mas agora acabou”.
O analista de sistemas Benedito Júnior Francisco mora em frente ao local onde as águas afloraram. Ele conta que está acompanhando toda a história desde os primeiros registros de água na obra, que se deu bem antes do que foi divulgado, por volta do dia 5 de janeiro. Na ocasião, os trabalhadores conseguiram escoar a água, mas ao escavarem noutro lugar, um novo jorramento aconteceu e então se formou o lago que ficou famoso no Brasil inteiro. “A história desse buraco, infelizmente, tá virando uma tristeza. Agora não se sabe mais o que vai fazer”, disse Bendito, que completou: “a população mostrou o que queria, mas as autoridades não levaram em consideração”.
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