Pocah se emociona ao relembrar relacionamento abusivo: “Achei que ia morrer”
Foto: GNT/Reprodução
A cantora Pocah revelou alguns momentos difíceis que viveu com o ex-companheiro, pai da filha dela, e os anos em que sofreu agressões físicas e morais. Em entrevista ao programa Papo de segunda, no GNT, desta segunda-feira (9/8), ela se emocionou ao relembrar as passagens.
“Eu vivi muitos anos com essa pessoa e eu comecei a namorar muito nova. Esse relacionamento é completamente conturbado, era infernal para mim e para quem estivesse ao meu redor. Minha família, meus amigos… era terrível e eu via o quanto era tóxico e as pessoas falavam o quanto. Eu tentava de todas as formas me livrar daquilo”, desabafou.
“Havia agressões físicas, verbais, psicológicas, manipulação, meu temor a Deus. Sou uma pessoa que tenho uma ligação com Deus muito grande e essa pessoa usava a minha fé. Ele me traía, eu ficava sabendo, ele me agredia. Eu dizia: ‘O que você fez comigo?'”, continuou.
Pocah contou, ainda, que o ex-companheiro quase a deixou cega em uma das agressões e afirmava que em algum momento aquilo seria um testemunho dos dois: “Eu quase fiquei cega do olho esquerdo. Era pesado. Em diversos momentos fui agredida, queria ir embora e ele dizia que estava sendo usado pelo diabo e que aquilo era o testemunho da nossa vida e que a gente iria contar isso como uma vitória”.
Ela afirmou que acabou o perdoando por medo de novas agressões: “Eu perdoei uma vez, perdoei duas vezes, três vezes e muito mais. Sabe por quê? Porque eu tinha medo das ameaças que eu recebia. Tinha medo de morrer em diversos momentos em meio a essas brigas. A sensação que eu tinha é que eu já estava morrendo”.
“Ele começou com gritos, começou com abuso das minhas amizades, a colocar defeito nas minhas amizades. ‘Essa roupa, está muito curta. Roupa de pu*a’. Começa assim e você tem que se atentar aos sinais. Isso são sinais. Relacionamento muito das vezes você tem que ceder, mas quando infringe os seus direitos… É muito difícil falar disso. Você não tem que deixar de ser quem você é pra agradar outra pessoa”, aconselhou.
O ponto final da relação
Pocah confessou que, após o nascimento da filha, conseguiu juntar forçar para acabar com a situação e abandonar o ex-companheiro: “Até ela nascer, era terrível, chute, fui parar no hospital. Quando ela nasceu, eu falei: ‘Eu tenho que mudar isso. Eu não admito mais manter isso aqui ou eu vou morrer e a minha filha depende de mim, não posso deixar minha filha na mão desse cara’. Era uma pessoa completamente toxica”.
“Eu, determinada, após descobrir uma traição recente, fui pra casa da minha mãe, falei pra ela dizer que eu não estava e simplesmente desapareci. Ele ficava indo atrás, ameaçando. E teve outra questão que é contratual, a gente era sócio na época. Eu tinha provas de roubos, traições, tudo aquilo. E falei pra ele seguir a vida dele ou eu ia colocar na cadeia. Porque eu não acreditava mais na lei”, contou ainda.
Pocah lembrou que, quando a filha deles era bebê, decidiu chamar a polícia. Mas, devido à influência que o ex-companheiro tinha, ninguém quis ouvir as denúncias: “Apertaram a mão e está tudo bem”.
A ex-BBB aproveitou para falar sobre a importância das denúncias: “A Lei Maria da Penha é uma das principais do mundo sobre a violência contra a mulher. Eu não tive a mesma oportunidade. Na época, eu poderia ter lutado mais. Eu desisti muito fácil. Então eu sou a favor de denunciar”.
Apoio
Em meio as lágrimas, ela contou que não tinha apoio quando sofria agressões: “Eu vivia num quintal onde moravam muitas pessoas. Elas me viram ser arrastada pelo cabelo no chão, tomei cuspida na cara e tudo por descobrir traição. Por eu tentar ir embora, eu sofria essas coisas. Essas pessoas viam tudo e quando ele colocou o dedo na minha cara e quase me cegou, meu olho sangrava muito”.
Segundo ela, a mãe do ex-companheiro não a apoiava, mesmo já tendo sofrido o mesmo: “A mãe dele dizia para ele não me levar no hospital porque eu ia jogar ele na cadeia. E eu ver uma mulher que também já sofreu isso ficar a favor dele… Se fosse meu filho, eu mesmo faria questão de dizer que ele seria meu desgosto. Eu tenho uma filha mulher e não quero nunca que ela passe um terço da humilhação que eu passei”.
“A minha luta é por mim, pela minha filha, por todas as mulheres que sofrem, são silenciadas, abusadas, que tem sua liberdade privada. Essa é minha luta diária. Não é pra me olharem, ai que coitadinha. Não, eu sou uma mulher foda, sou incrível e eu consegui vencer isso. Achei que ia morrer diversas vezes, mas eu tô aqui. Se eu consegui, você também pode”, finalizou.
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