Processo de impeachment recomeça nesta segunda com “novo formato”

Os últimos acontecimentos da Lava Jato não trouxeram apenas o reaquecimento da discussão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em curso na Câmara dos Deputados desde dezembro.

Em Brasília, o meio político avalia que nesta segunda-feira (7) se inicia um movimento pela destituição de Dilma com características completamente novas, e que podem dar mais força à oposição.

Um primeiro aspecto tem ligação com a origem do processo de impeachment, forjado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados e opositor declarado do governo federal.

Cunha autorizou a abertura de um processo de impeachment horas depois de a bancada do PT anunciar apoio à admissibilidade da representação contra ele por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. Tanto Dilma quanto opositores se beneficiaram da situação: a presidente passou a ser vista como vítima de “vingança” de Cunha; a oposição, acusada de não superar a derrota nas urnas, ficava sem o ônus de pedir a abertura do processo do impeachment.

Mas, a partir da prisão do marqueteiro do PT João Santana, pela Operação Lava Jato, a oposição resolveu seguir definitivamente para a linha de frente. Assumiu publicamente a agenda impeachment, tratada como “prioritária”, e anunciou participação nos movimentos de rua contra Dilma.

Paralelamente à nova postura da oposição, Cunha foi perdendo força. A representação contra ele no Conselho de Ética foi finalmente aberta na última quarta-feira (2) e o peemedebista, no mesmo dia, se tornou réu de uma ação penal da Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal (STF). “O processo de impeachment seguirá com ou sem Cunha”, disse na sexta-feira (4) o líder da bancada do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).

A partir desta segunda (7), acreditam políticos, o impeachment reaparece definitivamente pelas mãos da oposição. Logo no início da semana, oposicionistas pedirão o “aditamento” do pedido de abertura de impeachment. Querem incluir principalmente as revelações que o senador Delcídio do Amaral (PT) teria feito a investigadores da Lava Jato.

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