R. Kelly é condenado pelo tráfico sexual de mulheres e menores de idade
Foto: Nuccio Dinuzzo/Getty Images North America/AFP
R. Kelly foi considerado culpado pelo crime de tráfico sexual de mulheres e de menores de idade em um julgamento em um tribunal federal de Nova York, nos Estados Unidos nesta segunda-feira (27). De acordo com o jornal “New York Times”, o cantor ficou sentado sem reação no tribunal após receber o veredito dado pelo júri, que o considerou culpado em de atividade criminal organizada e oito acusações de tráfico sexual.
O júri de 12 pessoas entrou em deliberação na sexta-feira (24). Com o veredito, Kelly, de 54 anos, é considerado culpado de ser o líder de um esquema ilegal de décadas que recrutava mulheres e menores de idade para atividades sexuais.
O cantor, que já foi um dos mais populares da música nos Estados Unidos, pode enfrentar décadas na prisão. Sua audiência de sentença está marcada para 4 de maio de 2022. Kelly ainda pode receber mais décadas à sua sentença, caso seja condenado por outras acusações em Chicago.
Ele já tinha evitado uma condenação em 2008, quando foi considerado inocente de 14 crimes em julgamento sobre pornografia infantil.
Nascido Robert Sylvester Kelly, o cantor enfrentava uma acusação de crime organizado e oito violações da Lei Mann, que proíbe o transporte de pessoas através dos limites estaduais para fazer sexo. Ele negava todas as acusações.
Procuradores federais acusavam o cantor de comandar um séquito de empresários, seguranças e outros que recrutavam mulheres e meninas para ele fazer sexo e abusar, além de produzir pornografia, inclusive infantil.
Entre as acusações pela qual foi condenado, estavam a de que Kelly subornou um funcionário do governo que deu a permissão para que ele se casasse com a cantora Aaliyah (1979-2001) em 1994, quando ela tinha apenas 15 anos.
O julgamento
Ao longo das cerca de seis semanas de julgamento, promotores descreveram com detalhes uma organização de tortura e abuso, com provas dos últimos anos e de casos de até 1991.
A acusação chamou quase 50 pessoas, que testemunharam que a faceta pública do cantor escondia um predador calculista e controlador. Entre as testemunhas estavam nove mulheres e dois homens que acusaram Kelly de abuso ou outro tipo de má conduta e oito funcionários do cantor.
Já a defesa se concentrou em pequenas mudanças de relatos entre as testemunhas, tentando convencer os jurados de que todas as atividades sexuais entre ele e as vítimas tinham sido consensuais.
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