Recessão pode destruir até 4% das vagas com carteira assinada
O Brasil vive o pior momento do mercado de trabalho em quase duas décadas e caminha para um recorde histórico de destruição de vagas, segundo economistas de mercado e do próprio governo.
Em julho, o país alcançou a marca de 780 mil postos formais extintos em doze meses, a maior eliminação de vagas observada desde 1996, quando teve início a série histórica do Ministério do Trabalho.
A perspectiva de recessão acentuada neste ano indica que a destruição de postos de trabalho deve prosseguir acelerada e superar 1 milhão até o final do ano. Até hoje, o pior resultado havia sido em 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando o país perdeu quase 580 mil vagas com carteira assinada.
Um estudo feito pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) calcula que será ceifado de 1,2 milhão a 1,6 milhão de postos em 2015.
“O empresário demora a demitir, porque o custo associado é muito alto. Vemos que o setor privado segurou o quanto pôde e então as demissões começaram a aparecer de forma generalizada. Não vemos qualquer sinal de melhora no curto prazo”, diz o economista Marcelo de Ávila, que conduziu o estudo.
O corte de vagas estimado pela Firjan significa uma contração de 3% a 4% da força de trabalho existente até o final de 2015. Em 1998, a retração no estoque de vagas formais ficou em 3%.
O cenário sombrio para os trabalhadores com carteira assinada é compartilhado por analistas de mercado e já é aceito por economistas dentro do próprio governo.
Folha de São paulo
Escreva sua opinião
O seu endereço de e-mail não será publicado.